O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou neste domingo (6 de abril de 2025) que a anistia é uma pauta “política, humanitária e urgente”. A declaração foi feita durante seu discurso no ato em apoio à anistia para os presos do 8 de Janeiro, na Avenida Paulista, em São Paulo, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros políticos.
“Tenho certeza de que, após esse evento, Deus tocará o coração de cada parlamentar, de cada deputado, de cada senador, de cada líder. Nós vamos ter anistia. Tenho certeza de que essa conquista será de cada um de vocês”, disse.
O governador também tentou limpar a biografia de Bolsonaro durante o período da pandemia de Covid-19. “Eu vi o presidente preocupado com as pessoas durante a pandemia e, por isso, ele buscou rapidamente alternativas”, afirmou sobre o sujeito que imitava as pessoas com falta de ar em lives e coletivas no infame cercadinho.
Tarcísio usou ato realizado alegadamente contra anistia dos envolvidos no 8/1 para lavar imagem de Bolsonaro até no período da Covid-19.
“Eu vi o presidente preocupado com as pessoas na pandemia e, por isso, ele arrumou rapidamente alternativas.”
Relembro o que o Brasil viu. pic.twitter.com/FUk23j92Fs
— Felipe Moura Brasil (@FMouraBrasil) April 6, 2025
A gestão da pandemia sob o governo de Jair Bolsonaro foi uma das piores do mundo, com 75% das quase 690 mil mortes por Covid-19 no Brasil — cerca de 517 mil, segundo especialistas. Essa conclusão foi apresentada no Dossiê Abrasco Pandemia de Covid-19.
O relatório, com mais de 300 páginas, expõe as falhas na condução da crise, destacando a ação negligente do ex-presidente, especialmente ao promover tratamentos ineficazes como a cloroquina. Em um estudo comparativo, os autores descobriram que, em 22 de março de 2022, o Brasil, com 2,7% da população mundial, respondia por 10,7% das mortes pela Covid-19, um descompasso alarmante entre os números.
Tarcísio ainda afirmou no carro de som que “pedir anistia não é uma heresia. É algo justo, real e importante”. Ele também disse que Bolsonaro foi o “maior presidente da República que esse país já teve”. Durante o ato em Copacabana, em 16 de março, o governador já havia protagonizado outros momentos constrangedores exaltando o chefe. Aliás, responde a sindicância no TCE por ter viajado para o Rio de helicóptero da PM, com o custo sendo bancado com dinheiro público.