Artistas e produtores culturais de Cajazeiras estão cobrando da prefeita Corrinha Delfino (PP) o pagamento da 4ª parcela do Fuminc (Fundo Municipal de Incentivo à Cultura) referente à edição 2024. Na tarde desta quinta-feira (10), a bailarina e professora de dança Tatiany Silva, de 32 anos, se emocionou ao fazer um apelo à prefeita. “Estou vivendo um verdadeiro pesadelo aqui porque todos os dias eu preciso lidar com cobrança”, desabafou a artista.
Tatiany participou do Olho Vivo de forma remota, pois ela está em São Paulo tentando realizar o sonho de se especializar na sua área, a dança. Acontece que a estadia dela na capital paulista, que deveria ser focada apenas no seu objetivo profissional, se tornou uma tremenda dor de cabeça.
A jovem foi selecionada no Fuminc 2024 após inscrever um projeto para a realização de um evento de dança que aconteceu em janeiro, durante três dias, com workshops, debates, viências e apresentações, contando com artistas renomados da dança. Parte das despesas desse evento foi paga do próprio bolso de Tatiany, já que ela ainda aguardava a liberação da quarta parcela do Fuminc. No entanto, como a gestão municipal não quitou essa parcela até agora, Tatiany acabou atrasando o pagamento de outras despesas do evento, pois ela não tem condições financeiras para resolver esse problema. A situação tem gerado transtorno na vida da jovem, que se vê tendo que lidar com cobranças.
“São três meses de muita humilhação, de muito sofrimento, principalmente para mim que precisei vir pra cá para estudar, para me qualificar mais, porque Cajazeiras não oferece tantas oportunidades para quem gosta de estar se qualificando, e eu estou vivendo um verdadeiro pesadelo aqui porque todos os dias eu preciso lidar com cobrança, preciso estar dando explicações; e durante todo esse tempo, procurando, indo em quem deveria ir, indo também em quem não deveria, porque a gente tem que usar todos os meios, e sem nenhuma resposta, sempre prazos vazios”, relata a jovem.

A bailarina e professora de dança Tatiany Silva se emocionou ao fazer um apelo à prefeita (Reprodução)
Tatiany contou que chegou a telefonar e mandar mensagens para a prefeita Corrinha Delfino, que apenas ecaminhou o contato de outra pessoa. Essa, por sua vez, disse que não tem compete a ela prestar esclarecimentos sobre a situação.
“Nós fazemos cultura – principalmente dentro de Cajazeiras – porque nós amamos. Todos os artistas de Cajazeiras ainda abraçam a cultura e fomentam o movimento porque nós realmente amamos. Nós não temos muitas oportunidades através da Secretaria, também não temos muitas oportunidades através da própria Prefeitura, é uma cidade cultural, mas sem cultura.”
Tatiany revela ter recebido a visita da prefeita Corrinha Delfino durante a campanha eleitoral e ficou esperançosa com o que ouviu da então candidata. No entanto, hoje a realidade é de frustração. “Eu recebi ela na minha casa, eu ouvi ela, eu dei um voto de confiança a ela e isso me frustra muito. Eu preciso, todos os meus companheiros precisam, assim como nós também precisamos que o projeto continue funcionando, porque o Fuminc 2025 já era para estar sendo lançado e a galera já era para estar se inscrevendo.”
A jovem diz, ainda, ter ficado sabendo que alguns projetos receberam a quarta parcela, mas outros, não. “Não teve critério, não teve explicação, a comunicação é rasa, não é transparente, essas respostas não chegam, a gente não sabe por que algumas pessoas receberam e outras não.”
A professora não entende como a gestão municipal consegue pagar cachês milionários do Carnaval, mas atrasa o pagamento do Fuminc, cujos investimentos são bem mais modestos. “Eu sei que esse tipo de festa [Carnaval] é extremamente importante para a cidade, mas eu me pergunto como se dedicar tanto a um evento cultural, sendo que a cidade – segundo informações – não tinha dinheiro para pagar os artistas locais?”
Resposta do secretário
O secretário municipal de Cultura, Eduardo Jorge, disse ao Diário do Sertão que até o final desse mês de abril, o problema será resolvido.
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