Ministros do governo Lula afirmam que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, será um dos principais “cabos eleitorais” do petista nas eleições de 2026. Auxiliares avaliam que o brasileiro deve explorar a atuação do republicano como um “perigo” que pode se repetir no Brasil com a volta do bolsonarismo.
“A eleição do Lula salvou a democracia. Bolsonaro e seus aliados fariam o mesmo por aqui. E é o que querem fazer em 2026. O Trump será o maior cabo eleitoral do Lula em 2026”, disse um ministro do governo, sob reserva, à coluna de Igor Gadelha no Metrópoles.
Para auxiliares de Lula, o petista deve explorar na campanha, por exemplo, as recusas de Trump em cumprir decisões judiciais. Ele pode apontar que o ex-presidente Jair Bolsonaro pode fazer o mesmo se voltar ao poder ou tiver um aliado eleito.
Bolsonaro se tornou réu na última semana, junto de sete aliados, por tentativa de golpe de Estado. O julgamento que pode condená-lo ou absolvê-lo ainda será marcado, mas a pena pode chegar a até 35 anos de prisão.
A disputa de 2026 ainda é incerta, já que Lula tem dito que só irá se candidatar se estiver “100% de saúde” no próximo ano. Ele aponta que existe uma discussão entre os partidos de sua base e que só ira se candidatar “se for necessário”.
“Se chegar na hora e os partidos resolverem que não têm nenhum outro candidato para enfrentar uma pessoa da extrema-direita, negacionista, que não acredita na ciência, obviamente estarei pronto para enfrentar. Mas espero que não seja necessário”, afirmou durante entrevista em novembro passado.
O jornalista Reinaldo Azevedo já havia apontado, em janeiro, que o presidente americano “pode facilitar a reeleição de Lula”. Para ele, parlamentares de extrema-direita apresentam uma “sabujice vergonhosa” na relação com o republicano e isso pode ser explorado pelo petista.
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