O tarifaço anunciado por Donald Trump está gerando grande instabilidade na indústria automotiva global. A medida impõe uma taxa de 25% sobre veículos importados, o que pode elevar os custos das montadoras em até US$ 110 bilhões por ano. Segundo analistas, o impacto será sentido em todo o setor, incluindo marcas como Ford, GM, Tesla e fabricantes europeias e asiáticas.
As ações das montadoras já começaram a cair, e estimativas apontam que os lucros da GM e da Ford podem encolher até 30% em 2025. A Bernstein classificou a medida como “o pior cenário possível” e alertou que quase metade dos veículos vendidos nos EUA é importada. Com isso, os preços podem subir até US$ 10 mil e as vendas cair em até 3 milhões de unidades.
A tarifa também afetará autopeças, como motores e transmissões, podendo chegar a 50% no total, somando tributos já existentes. A Casa Branca informou que haverá isenção temporária de 30 dias para itens que cumprem o acordo comercial USMCA, mas isso ainda gera dúvidas sobre o que será efetivamente cobrado.
Fabricantes de autopeças afirmam que não conseguirão absorver os custos e pretendem repassar o aumento aos consumidores. Já marcas de luxo, como Ferrari, Porsche e Bentley, devem resistir melhor, graças à clientela disposta a pagar mais. A Ferrari, por exemplo, anunciou um reajuste de até 10% nos preços.
Montadoras japonesas como Nissan, Mazda e Subaru estão entre as mais vulneráveis. A Nissan, inclusive, já estuda medidas emergenciais diante do que chamou de “situação difícil de lidar”.
A partir de 2 de abril, quando as tarifas entrarem em vigor, analistas alertam para o risco de desorganização na cadeia de produção na América do Norte. A Cox Automotive estima que a produção diária pode cair em 30%.
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