A morte tranquila do papa Francisco na última segunda-feira (21) contrasta com os finais dramáticos que marcaram a vida de muitos de seus predecessores.
Enquanto Francisco e Bento XVI, em 2022, tiveram partidas serenas, outros papas enfrentaram mortes violentas, misteriosas ou marcadas por rituais incomuns que refletem os turbulentos capítulos da história da Igreja Católica.
João Paulo II: o calvário de um pontífice
O papa João Paulo II, que liderou a Igreja por 26 anos, teve um fim de vida marcado pelo sofrimento físico. O antigo atleta, que sobreviveu a um atentado em 1981, viu sua saúde se deteriorar devido à doença de Parkinson e outras complicações.
Sua última aparição pública foi durante a Via Crúcis de 2005, quando foi filmado em seus aposentos, já sem capacidade de falar devido a uma traqueostomia. Morreu em 2 de abril daquele ano, após uma infecção urinária que evoluiu para sepse e parada cardíaca.
João Paulo I: o mistério dos 33 dias
Conhecido como “o papa sorridente”, João Paulo I teve um dos pontificados mais curtos da história: apenas 33 dias. Sua morte súbita em 1978, atribuída oficialmente a um ataque cardíaco, nunca foi investigada por necropsia, alimentando teorias de conspiração.
Alguns historiadores sugerem que seu suposto interesse em investigar irregularidades financeiras no Banco do Vaticano poderia ter motivado um assassinato, embora nenhuma prova tenha sido encontrada.
Alexandre VI: o fim ignominioso dos Bórgia
O polêmico papa Alexandre VI, da família Bórgia, morreu em circunstâncias dignas de um drama renascentista. Em 1503, após um jantar com seu filho César Bórgia, ambos adoeceram gravemente.
Enquanto a versão oficial atribui a morte à malária, persiste a teoria de que o próprio papa teria sido vítima acidental de um veneno que pretendia usar contra outros. Seu corpo inchado teria sido enrolado em um tapete antes do enterro, enquanto seus aposentos eram saqueados.
O macabro julgamento do papa Formoso
O destino mais bizarro talvez tenha sido reservado ao papa Formoso, que governou no século IX. Em 897, seu cadáver foi exumado por ordem do papa Estevão IV, vestido com as insígnias papais e submetido a um julgamento póstumo.
Declarado indigno, seu corpo teve os dedos da mão direita amputados e foi lançado no Tibre, em um episódio conhecido como “Sínodo do Cadáver”.
O ritual esquecido do martelo de prata
Até meados do século XX, a morte dos papas era confirmada com um golpe de martelo de prata na testa do pontífice, prática abandonada após a morte de João XXIII em 1963.
Atualmente, o camerlengo segue protocolos mais modernos, mas igualmente solenes, para declarar o óbito e iniciar o período de Sé Vacante.
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