Cinco reféns tailandeses libertados por terroristas do Hamas no mês passado receberam alta do hospital neste sábado (8), após dez dias de tratamento e observação no Centro Médico Shamir, em Israel. Prontos para retornar à Tailândia, eles embarcaram para casa acompanhados de seus familiares. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.
Ao deixar o hospital, os tailandeses foram recepcionados por uma multidão de israelenses, que agitavam bandeiras da Tailândia e de Israel em um gesto de solidariedade.
Os reféns libertados são Pongsak Thenna, Sathian Suwannakham, Watchara Sriaoun, Bannawat Seathao e Surasak Lamnau, que passaram 482 dias em cativeiro na Faixa de Gaza. Eles trabalhavam em comunidades agrícolas israelenses próximas à fronteira com o enclave palestino quando, em 7 de outubro de 2023, militantes do Hamas invadiram Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando 251 reféns.
Durante os ataques, 46 trabalhadores tailandeses foram mortos em outubro de 2023, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Tailândia.
Durante um acordo de cessar-fogo e reféns em novembro de 2023, 23 reféns tailandeses foram libertados.
Por que tailandeses trabalham em Israel?
A participação de trabalhadores tailandeses na agricultura israelense cresceu nas últimas décadas. Até os anos 1980, grande parte da mão de obra nas plantações vinha da população palestina.
No entanto, com o início da Primeira Intifada, em 1987, Israel passou a impor restrições à circulação de palestinos, reduzindo sua presença no setor agrícola. Como alternativa, o governo israelense intensificou o recrutamento de trabalhadores estrangeiros, especialmente da Tailândia.
Atualmente, os tailandeses são uma força essencial no agronegócio israelense. Antes da guerra com o Hamas, cerca de 30 mil tailandeses trabalhavam em fazendas e pomares do país, enquanto aproximadamente 10 mil palestinos ainda atuavam no setor.
Tensão entre Tailândia e Israel
O conflito gerou novas tensões diplomáticas entre Tailândia e Israel, principalmente em relação ao repatriamento de trabalhadores. Enquanto Israel busca manter essa mão de obra, oferecendo extensão de vistos e incentivos financeiros, o governo tailandês intensificou esforços para trazer de volta seus cidadãos.
“Voltem, por favor”, apelou o primeiro-ministro tailandês, Srettha Thavisin, destacando que até mil tailandeses podem ser repatriados por dia. Desde o início do conflito, cerca de 4.500 trabalhadores tailandeses já retornaram ao país.
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