Em matéria publicada pela Folha na sexta (7), 111 brasileiros chegaram ao Brasil no segundo voo de repatriação realizado sob o governo de Donald Trump. Os deportados, que estavam detidos pelas autoridades dos Estados Unidos, expressaram alívio ao retornar ao país e agradeceram ao governo brasileiro pela recepção calorosa ao desembarcarem.
O voo, que teve Fortaleza (CE) como primeiro destino, levou 16 deportados para a cidade, enquanto os outros 95 seguiram para Belo Horizonte (MG), com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) para o último trecho.
Cesar Diego, de 39 anos, natural de Caldas Novas (GO), foi um dos deportados que demonstraram alívio ao chegar ao Brasil, ajoelhando-se e beijando o chão. Durante o voo, ele e outros deportados receberam água e comida, e as algemas foram retiradas em Fortaleza.
Em seu relato, Diego destacou o apoio do governo brasileiro e sua gratidão, mencionando que sua principal preocupação era reencontrar a esposa e os filhos, aos quais não via há seis meses. Outro repatriado, João Vitor Batista Alves, de 26 anos, falou sobre a recepção positiva no Brasil, destacando o calor humano e o tratamento digno que recebeu.
Para ele, a acolhida no Brasil, apesar das dificuldades, foi incomparável ao que vivenciou nos Estados Unidos. João também comentou sobre as mudanças no tratamento dos imigrantes desde a posse de Trump, relatando que as condições pioraram, com detidos sendo deslocados constantemente e a negação de direitos básicos.
Rafael Marciano, carpinteiro de 27 anos, compartilhou um relato devastador sobre a experiência de ser deportado. Segundo ele, o voo foi marcado por sofrimento, com comida de péssima qualidade e algemas apertadas. Um dos deportados desmaiou devido à falta de medicação, e Rafael descreveu o centro de detenção onde ficou preso como “um chiqueiro”, com condições insalubres e desumanas.
Gilmar Mesquita, 43 anos, corroborou o relato de Rafael, dizendo que as condições no centro de detenção eram terríveis. Segundo Gilmar, o local estava superlotado e sem condições mínimas de higiene. “Foi desumano, muita covardia”, afirmou.
Ao chegarem ao Brasil, os deportados foram recebidos com apoio humanitário. No Ceará e em Minas Gerais, equipes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania prestaram suporte, incluindo kits de higiene, alimentação e atendimento psicológico. A secretária de Direitos Humanos do Ceará, Socorro França, destacou o tratamento humanizado oferecido aos repatriados, que chegaram acorrentados e sem alimentos adequados.
A ministra Macaé Evaristo, responsável pelo acompanhamento da repatriação, informou que o voo foi mais tranquilo que o anterior, quando houve acusações de agressões por parte dos agentes de imigração americanos. Ela explicou que o governo brasileiro tomou medidas para agilizar o transporte e reduzir o tempo de uso de algemas, embora o uso delas continue autorizado por um acordo entre os governos de Brasil e Estados Unidos.
Com a posse de Donald Trump, as políticas de imigração dos Estados Unidos passaram por mudanças drásticas, e muitos deportados relataram que as condições pioraram significativamente. O uso de algemas e a recusa em fornecer cuidados médicos básicos foram alguns dos exemplos citados pelos migrantes.
Enquanto isso, o governo brasileiro segue tomando medidas para oferecer o melhor suporte possível aos deportados, garantindo uma recepção humanitária e cuidando do bem-estar dos brasileiros que retornam após a difícil experiência nos Estados Unidos.
Essa repatriação faz parte de um esforço contínuo do governo Lula para ajudar os migrantes deportados, oferecendo apoio emocional, social e logístico durante o retorno ao Brasil.