Em um discurso de 25 minutos durante manifestação na Avenida Paulista neste domingo (6), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu a anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 e cogitou que teria possíveis apoios internacionais em seu processo judicial. O evento reuniu sete governadores aliados e milhares de apoiadores.
Bolsonaro, réu no STF por tentativa de golpe de Estado, fez comentários que sugerem expectativa de interferência de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, em seu processo: “Não se preocupem comigo… Hoje faltou um filho meu aqui, o 03 [Eduardo Bolsonaro], que fala inglês, espanhol, árabe. Tem contato com pessoas importantes no mundo todo”.
O ex-presidente ainda mencionou que “daqui duas semanas ou 10 dias, a Justiça americana começa a julgar o caso Filipe Martins”, em referência ao ex-assessor internacional que também responde a processos por golpismo.
O cerne do discurso foi a defesa dos acusados nos ataques às instituições em 2023. Bolsonaro chamou ao palco familiares de Débora Rodrigues, a cabeleireira que pichou o STF e está em prisão domiciliar.
“Não tenho adjetivo para qualificar quem condena uma mãe de dois filhos a uma pena não tão absurda por um crime que ela não cometeu”. O ex-presidente classificou as acusações de golpe como “um crime impossível” e chamou de “psicopata” quem defende essa tese.
Em tom de confronto com o Judiciário, Bolsonaro afirmou: “O que os canalhas querem não é me prender de verdade, é me matar. Eu sou um espinho na garganta deles”. Apesar da retórica agressiva, garantiu que não fugirá do país: “Se acham que vou desistir e fugir, estão enganados. Defender minha pátria com o sacrifício da minha vida”.
Em tentativa de ampliar o simbolismo político do ato, o ex-presidente convocou sete governadores aliados: Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ratinho Júnior (PR), Ronaldo Caiado (GO), Jorginho Mello (SC), Mauro Mendes (MT) e Wilson Lima (AM).
Bolsonaro também fez questão de destacar aliados, incluindo uma referência ao filho Eduardo, atualmente nos EUA, e elogios a figuras internacionais como Nayib Bukele (El Salvador), Donald Trump (EUA) e Marine Le Pen (França).
Sobre as eleições de 2026, o ex-presidente expressou confiança no TSE sob presidência de Kassio Nunes Marques, seu indicado ao STF: “Terá um perfil de isenção e poderemos confiar na decisão do ano que vem”. A declaração ocorre enquanto o próprio Bolsonaro é inelegível até 2030.
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