O ex-governador de São Paulo, Cláudio Lembo, faleceu nesta quarta-feira (19). A informação foi confirmada pelo Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. A causa da morte não foi divulgada.
“Nossos sentimentos aos familiares e amigos. O governador Tarcísio de Freitas decretou luto oficial de 3 dias”, diz um trecho do comunicado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que recebeu “com tristeza e consternação a notícia do falecimento” de Lembo, a quem chamou de “amigo”.
Gilberto Kassab, presidente do PSD, partido ao qual ele era filiado, também lamentou a morte.
“Se tem alguém que cumpriu sua missão, esse alguém foi Cláudio Lembo. Cidadão exemplar, com excelente formação e um homem público que não deixa uma única observação negativa. Conheci-o quando eu ainda era jovem, sendo ele amigo de meu pai. Mais tarde se tornou um fraterno amigo, parceiro e conselheiro na minha jornada. Muito obrigado e descanse em paz, Cláudio. Meus sentimentos a Renéa, sua esposa, Salvador, seu filho, seus netos e toda família e amigos nesse momento de pesar”, escreveu Kassab.
Logo após a notícia do falecimento, o ministro do STF Dias Toffoli se manifestou.
“O Brasil perde hoje um líder político liberal clássico. Advogado de sólida formação jurídica e cultural. Um homem à frente de seu tempo, mas paciente com a história. Dos últimos a formar gerações de políticos. Fará falta. Meus sentimentos aos familiares e amigos e seguidores que formou.”
Formado em ciências jurídicas e sociais pela USP (Universidade de São Paulo) e doutor em direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Lembo teve uma carreira acadêmica notável.
Ocupou diversos cargos de destaque na administração pública ao longo de sua carreira. Na Prefeitura de São Paulo, foi secretário municipal dos Negócios Extraordinários entre 1975 e 1979, durante a gestão de Olavo Setúbal; secretário de Negócios Jurídicos entre 1986 e 1989, na gestão Jânio Quadros, período em que também exerceu interinamente o cargo de prefeito; e secretário de Planejamento em 1993, na gestão de Paulo Maluf.
No âmbito federal, foi chefe de gabinete do ministro da Educação, Marco Maciel, entre 1985 e 1986, ocupando interinamente o cargo de ministro, e assessor da Vice-Presidência da República entre 1995 e 1997, quando Maciel era vice-presidente.
Em 2003, tornou-se vice-governador de São Paulo, no governo de Geraldo Alckmin. Ele assumiu em março de 2006, quando Alckmin renunciou para concorrer à presidência da República.
Pouco tempo depois, o governo de Lembo ficaria marcado por uma onda de violência no estado, orquestrada pelo PCC, em maio. Foram mais de cem ataques contra delegacias e bases da Polícia Militar.
Após deixar o governo, Lembo continuou ativo na política, filiando-se ao Partido Social Democrático (PSD) em 2011.
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