O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que não acredita na possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) retornar ao poder, mesmo com a tramitação de processos na Justiça. A declaração foi dada em entrevista ao jornalista norte-americano Jon Lee Anderson, publicada na revista The New Yorker na segunda-feira (7).
Durante a entrevista, o magistrado foi questionado sobre a chance do ex-mandatário reverter a inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele foi direto:
“É possível que Bolsonaro seja absolvido no processo criminal, porque o julgamento está apenas começando. Mas ele tem duas condenações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) [que resultaram em] inelegibilidade. Então, não há possibilidade de seu retorno — porque ambos os casos já foram apelados e agora estão no Supremo Tribunal Federal. Somente o Supremo Tribunal Federal poderia revertê-los, e não vejo a menor possibilidade de isso acontecer”.
Possível candidatura de Michelle Bolsonaro ou filhos
Alexandre de Moraes mencionou que Michelle Bolsonaro ou algum dos filhos do ex-presidente poderiam disputar a Presidência da República com o apoio de Bolsonaro. No entanto, segundo o ministro, nenhum deles “tem as mesmas relações com as Forças Armadas que ele tinha”.
No dia 26 de março, a Primeira Turma do STF aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tornou o ex-chefe do governo réu, junto com outros sete aliados, por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado para anular as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Moraes nega julgamento parcial
Moraes também negou que o julgamento contra Bolsonaro seja movido por motivação política ou pessoal. Segundo o ministro, o processo é resultado de uma apuração técnica e imparcial:
“A responsabilidade de cada pessoa agora tem que ser determinada no tribunal, porque é quando eles apresentarão sua defesa”, disse Moraes. “Mas toda a narrativa de perseguição política, a alegação de inimizade pessoal, tudo isso entrou em colapso, porque não foi apenas a polícia federal que os acusou — o próprio procurador-geral decidiu prestar queixa”.
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