O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (30), após o presidente do PSD, Gilberto Kassab, criticar publicamente a gestão econômica do governo. Durante conversa com jornalistas no Palácio do Planalto, Lula classificou Haddad como um “ministro extraordinário” e rebateu as declarações de Kassab, que chamou o titular da Fazenda de “fraco” e questionou sua capacidade de comandar a economia do país.
“Eu comecei a rir [sobre Kassab]. Quando ele disse que, se a eleição fosse hoje, eu perderia, percebi que a eleição é daqui a dois anos. Fiquei despreocupado”, afirmou Lula, em tom de brincadeira.
O presidente também destacou as conquistas de Haddad, como a aprovação da PEC da Transição, a definição do novo arcabouço fiscal e a reforma tributária. “Só por isso Haddad deveria ser elogiado pelo Kassab”, completou.
As críticas de Kassab, que também ocupa o cargo de secretário de governo em São Paulo, foram feitas durante um evento com investidores na quarta-feira (29). Ele destacou a dificuldade de Haddad em se impor no governo, o que gerou reações tanto do Planalto quanto de aliados.
Acompanhe a coletiva:
Apesar das divergências, Lula evitou escalar o conflito e manteve um tom conciliador, sinalizando que o governo busca manter o diálogo com o PSD, partido importante para a base aliada no Congresso.
Enquanto defende Haddad, Lula também iniciou discussões sobre uma possível reforma ministerial, com o objetivo de fortalecer a base do governo no Congresso. A expectativa é que as mudanças sejam definidas até fevereiro, com a inclusão de partidos do Centrão, como o PSD, em posições estratégicas na Esplanada dos Ministérios.
A reforma é vista como uma forma de garantir apoio para a aprovação de projetos prioritários do governo, como a reforma tributária e medidas econômicas.
Questionado sobre a possibilidade de a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, assumir um ministério, Lula evitou confirmar ou negar a informação.
“Trocar ministro é uma coisa da alçada do presidente. No Brasil, a gente tem o hábito de que, quando toma posse, um ano depois a imprensa fala em reforma ministerial”, disse o presidente, em tom descontraído. Ele também elogiou a reunião ministerial realizada na semana passada, classificando-a como “a melhor desde o início do governo”.
A eleição para a presidência da Câmara e do Senado, marcada para 1º de fevereiro, é outro ponto de atenção para o governo. A escolha de novos líderes partidários e a definição de coordenadores de bancadas, como a evangélica, podem impactar a relação do Planalto com o Congresso.
Em reunião ministerial recente, Lula demonstrou preocupação com a pauta e afirmou que chamaria os ministros para discutir o apoio de seus partidos ao governo.
“Se os Republicanos vão me apoiar ou não, deixa chegar 2026”, disse Lula, em referência às eleições presidenciais. A declaração reflete a estratégia do governo de manter uma base aliada coesa, mesmo diante de eventuais divergências. A reforma ministerial e o diálogo com partidos como o PSD são parte desse esforço para garantir a governabilidade nos próximos anos.
A conversa de Lula com jornalistas nesta quinta-feira também marcou uma mudança na estratégia de comunicação do governo. Diferente dos “cafés” com a imprensa realizados no início do mandato, que seguiam um formato mais controlado, a entrevista foi aberta e sem tema previamente anunciado.
A mudança ocorre após a nomeação do publicitário Sidônio Palmeira para a Secretaria de Comunicação Social do Planalto, substituindo o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
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