O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, protocolou uma representação no Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal solicitando a investigação do ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e dos gestores do Banco Master. A denúncia envolve suspeitas de manipulação contábil com precatórios e ocultação de riscos em balanços financeiros.
A petição se baseia em uma reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, que revelou que uma norma editada pelo Banco Central em outubro de 2023, durante a gestão de Campos Neto, permitiu que instituições financeiras, como o Banco Master, omitirem os riscos relacionados a precatórios e direitos creditórios em seus demonstrativos contábeis.
Banco Master teria sido o principal beneficiado pela nova norma
Segundo Lindbergh, o Banco Master já era alvo de questionamentos por parte do mercado financeiro devido ao alto volume de precatórios em sua carteira. Com a publicação da nova regulamentação, a instituição teria apresentado melhora nos indicadores financeiros, reduzindo preocupações de investidores e depositantes.
No entanto, o deputado afirma que essa melhora pode estar relacionada a arranjos contábeis que mascararam o verdadeiro nível de risco do banco:
“As apurações iniciais e as matérias jornalísticas levantam a possibilidade de que a norma editada pelo Banco Central, a poucas semanas de discussões de riscos de precatórios, tenha sido elaborada de maneira a favorecer de modo específico instituições que possuíam volume expressivo de operações baseadas em precatórios, como o Banco Master”.
Na representação entregue ao MPF, o parlamentar solicita o acesso a:
Lindbergh destaca que essas ações são essenciais para garantir a transparência e a credibilidade do sistema bancário nacional, que podem estar sendo comprometidas por possíveis práticas irregulares.
Suspeitas ganham relevância com possível compra do Banco Master pelo BRB
O deputado também chama atenção para a possível aquisição do Banco Master pelo BRB (Banco de Brasília), noticiada recentemente. Por ser uma instituição de capital majoritariamente público, qualquer risco oculto relacionado ao Banco Master pode trazer consequências graves para o sistema financeiro do Distrito Federal.
“A eventual aquisição do Banco Master pelo BRB, noticiada recentemente, reforça a pertinência e a urgência da apuração dos fatos, pois se há suspeitas de ilícitos ou manipulações contábeis que possam afetar a solidez do Banco Master, essa compra tem potencial para transmitir riscos para a instituição adquirente (BRB), que, por sua vez, é de capital majoritariamente público (DF)”, alerta o parlamentar.
Conheça as redes sociais do DCM:
Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line