O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), recém-empossado presidente da Câmara dos Deputados, gerou repercussão ao adotar uma postura crítica ao governo Lula (PT) nos primeiros dias à frente da Casa. Apesar de uma campanha discreta sobre temas polêmicos, ele, com 444 votos de apoio, destacou-se em entrevistas abordando pautas controversas e cobrando medidas do governo em relação à economia.
Entre os temas que motivaram declarações de Motta estão a proposta de anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, a revisão da Lei da Ficha Limpa e a PEC do semipresidencialismo. Para o presidente da Câmara, as penas impostas pelo STF aos envolvidos nos atos golpistas de janeiro são desproporcionais, principalmente no caso de mulheres sem envolvimento direto nos ataques.
Apesar de se posicionar sobre o tema, Motta enfatizou que não há compromisso em pautar a proposta de anistia, uma vez que as negociações ainda estão em andamento. Outro ponto sensível foi sua fala sobre a Lei da Ficha Limpa, com Motta defendendo uma revisão para reduzir o tempo de inelegibilidade de políticos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O projeto que busca diminuir a inelegibilidade de oito para dois anos, favorecendo Bolsonaro, gerou divisões, mas Motta se esquivou de comprometer-se com sua pauta, deixando a responsabilidade nas mãos dos líderes parlamentares.
Em relação à PEC do semipresidencialismo, Motta se mostrou favorável à discussão, mas sem pressa para iniciar a tramitação. A proposta, que visa a adoção do modelo de governo semipresidencialista no Brasil, foi protocolada na Câmara com o apoio de 179 deputados.
Motta frisou a importância do debate sobre o sistema político, embora reconheça que a mudança não deve ocorrer antes de 2026 ou 2030 devido à complexidade e aos desafios de aprovação. As falas dele, principalmente no que tange à economia, trouxeram ainda mais fricção com aliados do governo.
O presidente da Câmara tem sido firme na cobrança de responsabilidade fiscal, destacando que a gestão petista tem falhado em controlar os gastos públicos. Para Motta, o crescimento da arrecadação não será suficiente se não houver uma redução nos gastos, o que pode impactar diretamente a reeleição do presidente Lula em 2026.
Com a Câmara dividida entre as pautas de Motta e as expectativas do governo, os primeiros dias de sua presidência indicam um mandato marcado por desafios de articulação política e um equilíbrio delicado entre as forças do Congresso e do Executivo.
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