Durante a abertura da conferência “Dilemas da Humanidade: Perspectivas para Transformação Social”, realizada nesta terça-feira (8) no Sesc Pompeia, em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a taxação dos super-ricos como estratégia central para combater a desigualdade social no Brasil. O evento reúne lideranças políticas e movimentos sociais do mundo inteiro até o dia 10 de abril.
O petista deu destaque à proposta do governo federal que isenta do Imposto de Renda (IR) pessoas com salário de até R$ 5 mil mensais. Segundo ele, a medida pode beneficiar diretamente:
Esse alívio tributário será compensado pela cobrança de um imposto mínimo sobre 141 mil pessoas com rendas acima de R$ 1 milhão por ano.
“A cada brasileiro super-rico, conseguimos beneficiar 100 trabalhadores: dois terços com isenção e um terço com redução. Estamos entre as dez maiores economias do mundo, mas também entre as dez mais desiguais. Esse é o paradoxo de muitas economias mundo afora, não é uma especificidade do Brasil. Há muitos países com altíssima desigualdade de renda que podem usar o exemplo que está sendo dado pelo Brasil”, afirmou Haddad.
Proposta de taxação global para combater a fome e a crise climática
O ministro também ressaltou a atuação do Brasil na presidência do G20, destacando a proposta brasileira de criar um fundo global para enfrentar a fome e as mudanças climáticas. A proposta prevê uma taxação anual de 2% sobre o patrimônio das famílias mais ricas do mundo.
Fernando Haddad afirmou que a proposta foi bem recebida e incluída por unanimidade no comunicado oficial do G20.
Evento Dilemas da Humanidade: Perspectivas para Transformação Social.
Sesc Pompeia – Sp. pic.twitter.com/PSiEpefZ95— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) April 8, 2025
Brasil avança em justiça social e energia limpa
Ao longo de seu discurso, o ministro destacou os avanços da gestão do presidente Lula em áreas como justiça social, energia limpa e sustentabilidade:
“Entendemos que vamos tirar o Brasil do mapa da fome até o final deste mandato do presidente Lula”, declarou.
Críticas ao conservadorismo do Congresso
Haddad reconheceu que a proposta de taxação dos ricos é considerada “pouco ambiciosa” por setores da esquerda, mas lembrou que o Congresso Nacional tem perfil conservador, o que limita propostas mais ousadas: “Somos um governo progressista de frente ampla, porque a direita democrática faz parte do nosso governo, mas que tem um Congresso bastante conservador”.
O avanço da extrema direita no mundo também foi pauta do discurso de Haddad. Ele alertou para os riscos que esse movimento representa às pautas de justiça social, redistribuição de renda e combate às mudanças climáticas.
“A Europa, os Estados Unidos, a América do Sul têm sofrido com a progressão de forças reacionárias que chegam ao poder e comprometem possibilidades de reformas, no sentido de buscar um equilíbrio econômico, geopolítico e buscar por justiça social”, disse o petista.
A conferência Dilemas da Humanidade é promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Instituto Tricontinental de Pesquisa Social e a Assembleia Internacional dos Povos (AIP). O evento conta com a presença de mais de 70 lideranças políticas, intelectuais e militantes de diversas partes do mundo.
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