O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou nesta quinta-feira (13) que sua equipe jurídica vai denunciar o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de decoro.
Na quarta-feira (12), Gayer afirmou, em publicação no X, que o presidente Lula “ofereceu Gleisi Hoffmann como um cafetão oferece sua funcionária em uma negociação entre gangues”.
A publicação foi feita após Lula afirmar que colocou uma “mulher bonita” como ministra para melhorar a articulação com o Congresso. Gayer citou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), namorado de Gleisi, Davi Alcolumbre e Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, em outra postagem.
Gayer é um cafajeste com uma ficha criminal extensa, que inclui homicídio. Documentos de um inquérito policial sobre acidente ocorrido em novembro de 2000, em que três pessoas morreram, confirmam que Gayer dirigia embriagado no momento da colisão de seu veículo. O Ministério Público fez uma denúncia contra o político.
Segundo a investigação, o acidente aconteceu no dia 26 de novembro daquele ano, por volta das 2h da madrugada, na Avenida Pedro Felinto Rego, trecho urbano da rodovia GO-480, em Rialma (GO).
Gayer dirigia um Corsa vermelho, que colidiu com um ônibus da empresa Transbrasiliana, resultando na morte de Wilkens Souza Santos, Sander Ercione Morais e Ângela Graciela Leão Morais. Uma quarta ocupante do veículo, Wladirene de Souza Araújo, sofreu lesões corporais gravíssimas, incluindo a perda de um órgão.
As investigações apontaram que Gayer e os demais ocupantes do carro voltavam de uma festa na cidade de Santa Isabel, chamada Balança Santa Isabel, onde o parlamentar consumiu bebidas alcoólicas antes de assumir a direção. O MP também destacou a suspeita de um racha entre veículos, fator que teria agravado o impacto da colisão.
Reincidência: Gayer foi flagrado dirigindo embriagado em 2015
Segundo uma denúncia do Ministério Público, o parlamentar foi flagrado em 16 de julho de 2015, às 1h30 da madrugada, dirigindo um Corolla de forma imprudente na Avenida T-63, no Setor Bela Vista, em Goiânia.
O documento oficial aponta que Gayer apresentava sinais visíveis de embriaguez, com concentração de álcool por litro de sangue superior a 6 centigramas. Testemunhas relataram que o então motorista realizava manobras perigosas na Avenida Tocantins, no Centro de Goiânia, e chegou a colidir com a proteção de um ponto de ônibus.
A denúncia, assinada pela promotora de Justiça Ilona Maria Christian de Sá, levou o MP a acusar Gayer formalmente pelo crime de dirigir embriagado, previsto no Artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro.
Envolvimento em investigação da Polícia Federal
Além das infrações no trânsito, Gustavo Gayer também se tornou alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) em 2024, que investiga um esquema de desvio de recursos de cotas parlamentares.
A PF cumpriu 19 mandados de busca e apreensão autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para desmontar uma associação criminosa que desviou dinheiro público por meio de uma Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). A investigação apura crimes como falsidade ideológica, falsificação de documentos e peculato-desvio.
Embora a PF não tenha citado publicamente o nome de Gayer, o deputado confirmou que foi alvo da operação. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele afirmou que agentes da Polícia Federal estiveram em sua casa e apreenderam celular, HD e SSD, criticando o ministro do STF Alexandre de Moraes e insinuando motivação política na ação.