O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes declarou neste sábado (12) estar “orgulhoso” por ter participado do processo que levou ao enfraquecimento da Operação Lava Jato, considerada por ele uma “organização criminosa”. A fala foi feita durante a Brazil Conference, em Boston, nos Estados Unidos — evento organizado por estudantes brasileiros das universidades de Harvard e MIT.
“Fico muito orgulhoso de ter participado desse processo que você chamou de desmanche da Lava Jato, porque era uma organização criminosa. O que eles organizaram em Curitiba, lamentavelmente, era uma organização criminosa”, afirmou o ministro durante um painel com público.
Segundo o ministro, sua desconfiança em relação à atuação dos procuradores e juízes da Lava Jato surgiu antes mesmo dos vazamentos que deram origem à Vaza Jato e à Operação Spoofing. Um dos pontos que o deixaram em alerta foi a prática de manter prisões preventivas até que os acusados concordassem em realizar delações premiadas.
🚨URGENTE – Gilmar Mendes compara Lava Jato ao PCC e chama a Operação de ‘organização criminosa’
“Fico muito orgulhoso de ter participado desse processo que você chama de ‘desmanche da Lava Jato’, porque era uma organização criminosa.” pic.twitter.com/nIOjSMIcCy
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) April 12, 2025
Questionado por um participante sobre a possibilidade de o ministro Alexandre de Moraes estar em situação semelhante à de Sergio Moro — acusado de parcialidade nos julgamentos da Lava Jato —, Gilmar Mendes negou qualquer equivalência.
“Ele [Alexandre] foi feito relator. E por causa disso foi sendo agredido. Seria muito fácil para um investigado afastar um juiz a partir da afirmação de impropérios”, afirmou. “Não se pode nem de longe comparar Alexandre com Moro. Moro de fato se associa a Bolsonaro. Antes mesmo das eleições, ele já tem conversas com Bolsonaro. E aceita ser ministro da Justiça”, completou o ministro.
Ainda sobre Sergio Moro, Gilmar relatou uma conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro, na qual o próprio admitiu ter errado ao nomear Moro como ministro da Justiça. De forma irônica, Gilmar afirmou que o “grande mérito” de Bolsonaro foi tirar Moro de Curitiba e devolvê-lo “ao nada”.
Ao final do debate, o ministro rebateu as críticas de que o Supremo Tribunal Federal pratica ativismo judicial, dizendo que quem propaga essa narrativa não compreende as competências constitucionais da Corte. “Se houve ativismo, isso decorre da Constituição, do nosso modelo constitucional, e isso decorre, a meu ver, para o bem”, concluiu.
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