Um grupo de pessoas se reuniu no Rio de Janeiro na última segunda-feira (31) para comemorar o golpe militar de 1964, que instaurou uma ditadura no Brasil por 21 anos. O almoço, organizado pelo Clube Militar, foi realizado na sede da entidade no bairro da Lagoa e cobrou R$ 100 por participante.
O general da reserva Sérgio Tavares Carneiro, presidente do clube, defendeu o golpe como um “movimento democrático” em comunicado assinado também pelos presidentes do Clube Naval e da Aeronáutica.
“A rememoração da revolução, de 31 de março de 1964, reitera o compromisso dos clubes Militar, Naval e da Aeronáutica com o Brasil e sua democracia”, afirmou Carneiro, negando que o período tenha sido marcado por repressão e violações de direitos humanos.
A celebração aconteceu no mesmo dia em que o Ministério dos Direitos Humanos divulgou relatório destacando que a maioria das vítimas da ditadura eram estudantes e opositores políticos.
Mesmo aposentados, os organizadores do evento recebem altos salários, sendo:
– General Carneiro: R$ 33.833,42
– Almirante Prado (Clube Naval): R$ 35.916,80
– Brigadeiro Perez (Clube Aeronáutica): R$ 36.586,32
Dados do Portal da Transparência revelam que os três clubes receberam mais de R$ 588 milhões em verbas públicas desde 2014, principalmente do Ministério da Defesa. O Clube Naval foi o maior beneficiado, com R$ 336 milhões.
O evento também ocorreu poucos dias antes da prisão do ex-desembargador Sebastião Coelho, que havia sido convidado para discursar, mas cancelou por “inadiáveis motivos profissionais”. Coelho foi detido por interromper sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) que analisava denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe.
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