Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) interpretaram como uma mudança de tom o discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre a anistia aos réus dos atos de 8 de Janeiro.
Segundo avaliação de quatro magistrados ouvidos pelo jornal O Globo, Tarcísio foi mais moderado durante sua fala na Avenida Paulista, no último domingo (6), em comparação à manifestação anterior na Praia de Copacabana, realizada em março.
Para os ministros do STF, o governador vive um dilema político: equilibrar-se entre a retórica mais radical de seu aliado Jair Bolsonaro (PL) e a necessidade de manter o respeito às instituições democráticas, especialmente ao Judiciário.
Na manifestação em São Paulo, Tarcísio de Freitas evitou criticar diretamente as penas impostas aos envolvidos nos atos golpistas e concentrou sua mensagem nos parlamentares, o que foi interpretado como uma tentativa de reduzir o atrito com a Corte. Os ataques do governador estiveram focados principalmente no governo Lula.
Discurso magnífico do @tarcisiogdf na íntegra ⤵️⤵️⤵️ pic.twitter.com/naG1PpDIs6
— Petropolis Conservador 🇧🇷 (@petroConservado) April 6, 2025
Durante o discurso, ele afirmou: “Pedir anistia não é uma heresia”, mencionando leis brasileiras que utilizaram o recurso da anistia desde o período colonial. A declaração buscou dar um tom mais institucional à defesa da medida.
A mudança de postura foi notada especialmente após a repercussão negativa do discurso anterior, feito em 16 de março no Rio de Janeiro, quando Tarcísio chamou os réus do 8 de Janeiro de “inocentes que receberam penas desarrazoadas”. A fala foi mal recebida por ministros do STF, inclusive por Alexandre de Moraes, com quem o governador mantinha um relacionamento cordial até então.
Diante disso, o novo discurso do político tornou-se um dos pontos centrais de atenção no Supremo Tribunal Federal, em um momento de tensão entre diferentes poderes e lideranças políticas.
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