A CIA (serviço de inteligência dos Estados Unidos) usou diplomatas do Brasil contra Fidel Castro em Cuba, segundo documentos sobre o assassinato do ex-presidente John F. Kennedy divulgados pela Casa Branca. Um dos arquivos, de novembro de 1962, aponta que autoridades americanas se comunicaram com agentes em Havana por meio dos brasileiros.
O documento relata que um agente da CIA na região da Flórida criou um canal de comunicação com opositores de Fidel Castro usando correspondências entre consulados e embaixadas. Um dos meios era o Consulado do Brasil em Miami, nos Estados Unidos.
Os diplomatas brasileiros foram usados entre novembro e dezembro de 1962. Eles são identificados no documento como irmãos Abelem e chamados de Gonzalo e Manuel. “Uma vez por mês a mala diplomática passa entre o Consulado do Brasil em Miami e a embaixada em Havana”, diz o documento.
Gonzalo trabalhava como “funcionário do Consulado brasileiro”, de acordo com o arquivo, enquanto Manuel era funcionário da embaixada do Brasil em Cuba como receptor de materiais enviados de Miami.
Os dois eram citados como “amigos pessoais” dos agentes americanos e o arquivo diz que o consulado também foi usado para envio de outros materiais, como dinheiro dentro de latas e mapas. Em Cuba, os agentes infiltrados contatavam cidadãos locais contrários a Fidel e buscavam colaboração contra o governo.
O governo americano liberou inicialmente 1.123 documentos, somando 32 mil páginas, nesta terça. Em uma segunda leva, os Estados Unidos publicaram outros 1.049 arquivos, totalizando 31,4 mil páginas sobre o assassinato de JFK.
Boa parte do material trata da Guerra Fria e do conflito entre Estados Unidos e Cuba. À época, o Brasil tinha uma relação de apoio ao governo de Fidel, mas os documentos também mostraram que Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, negou apoio oferecido por China e Cuba em agosto de 1961.
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