Era manhã de quarta-feira, 13 de agosto de 2014. Chovia em Santos, e as temperaturas estavam abaixo do habitual para a cidade no litoral paulista. Foi nesse cenário que ocorreu uma das tragédias mais marcantes da política brasileira recente: a queda do avião que transportava Eduardo Campos, então candidato à presidência da República pelo PSB.
O Cessna 560XL Citation Excel, de prefixo PR-AFA, havia decolado do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino à Base Aérea de Santos, no Guarujá (SP). Após abortar o pouso devido ao mau tempo, a aeronave perdeu contato com o controle de tráfego aéreo e caiu pouco depois, em um terreno baldio no bairro Boqueirão, cercado por prédios residenciais e comércios.
No impacto, Eduardo Campos, de 49 anos, e mais seis pessoas perderam a vida. As vítimas foram:
- Alexandre Severo, fotógrafo;
- Carlos Augusto Leal Filho, assessor;
- Pedro Valadares Neto, assessor e ex-deputado federal;
- Marcelo de Oliveira Lyra, cinegrafista;
- Geraldo Magela Barbosa da Cunha, piloto;
- Marcos Martins, copiloto.
Além da perda irreparável de vidas, os destroços atingiram casas vizinhas e deixaram ao menos dez pessoas feridas, que foram socorridas e liberadas em seguida.
Moradores da região relataram o susto e a confusão nos primeiros momentos após o acidente. “Pensava que era um asteroide. Estava lendo a Bíblia, pensei que era o final dos tempos”, contou um comerciante ao G1 na época.
Eduardo Campos era uma das principais apostas políticas daquele ano. Ex-governador de Pernambuco, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e neto de Miguel Arraes, ele despontava como um nome de renovação e terceira via nas eleições presidenciais de 2014. Sua morte comoveu o país e alterou drasticamente o cenário eleitoral. Dias depois, Marina Silva, então vice na chapa, assumiu a candidatura.
Onze anos se passaram desde aquele trágico agosto. A frase dita por Eduardo Campos em sua última entrevista, na véspera da queda do avião, ainda ecoa na memória coletiva:
“Não vamos desistir do Brasil.”