Aliados de Jair Bolsonaro (PL) começaram a migrar para a rede social Truth, criada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O grupo conservador vê a plataforma como um espaço sem restrições para suas publicações e pretende utilizá-la para provocar Alexandre de Moraes, na expectativa de que o ministro do STF precise acionar o próprio Trump caso decida intervir.
A Truth tem uma base majoritariamente de direita. Ao criar uma conta no Brasil, as primeiras sugestões de perfis incluem Trump, JD Vance (vice-presidente dos EUA), Jair Bolsonaro, o deputado republicano Mike Johnson e o CEO da plataforma, Devin Nunes.
Foragido da Justiça brasileira e com sua conta bloqueada no X (antigo Twitter), o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos comemorou sua chegada à rede de Trump desafiando Moraes: “Quero ver me bloquear aqui”, escreveu na terça-feira (4).
No dia seguinte, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) também abriu um perfil e anunciou que publicaria em inglês e português. Na primeira postagem, informou que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já estava na plataforma.
Bolsonaro criou sua conta um dia antes, na terça-feira (4), e em sua primeira publicação afirmou que a Truth “preza pela liberdade, tão valorizada e escassa em tempos difíceis para o Brasil”. Em seguida, criticou a decisão de Moraes, que barrou sua viagem aos EUA para acompanhar a posse de Trump.
“Essa decisão é mais um exemplo do contínuo uso de lawfare (ativismo judicial) contra Bolsonaro — o uso sistemático da justiça para neutralizá-lo como adversário político nos tribunais, para não enfrentá-lo nas urnas. Essas ações não têm a ver com justiça ou com a prevenção de risco de fuga. Elas têm a ver com medo”, afirmou uma publicação feita por seu gabinete.
O X, de Elon Musk, já foi suspenso no Brasil por mais de um mês após desrespeitar ordens judiciais do STF e deixar de ter um representante legal no país. Os bolsonaristas avaliam que uma decisão semelhante contra a Truth seria mais difícil de ser aplicada, já que a plataforma pertence a Trump e está fora do alcance direto da Justiça brasileira
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