A Polícia Civil do Rio de Janeiro desmantelou um plano macabro que envolvia o assassinato de um morador de rua a ser transmitido ao vivo pela internet como forma de “comemoração” ao aniversário de Adolf Hitler, neste domingo (20/4). Três homens foram presos e um adolescente apreendido na Operação Desfaçatez, que evitou a execução do crime. Segundo os investigadores, o grupo fazia parte de uma organização criminosa virtual movida por ideologias de ódio e violência.
A ação ocorreu nos bairros de Vicente de Carvalho e Bangu e contou com o apoio da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), da 19ª DP (Tijuca), da Subsecretaria de Inteligência e do Ciberlab da Secretaria Nacional de Segurança Pública. O grupo planejava lucrar com a transmissão do assassinato em tempo real, recebendo dinheiro pela exibição do crime nas redes.
De acordo com a investigação, os suspeitos atuavam em uma comunidade virtual hospedada no Discord, onde praticavam e promoviam crimes como maus-tratos a animais, estupro virtual, racismo, indução à automutilação e incitação à violência contra minorias e pessoas vulneráveis. O grupo tinha como alvos preferenciais negros, mulheres e adolescentes, numa escalada de violência digital com graves repercussões no mundo real.
Entre os detidos está Bruce Vaz de Oliveira, conhecido como “Jihad”, apontado como dono do servidor em que os crimes eram praticados. Apesar de manter uma fachada de ativista ambiental, Bruce liderava sessões de tortura de animais — incluindo a execução de gatos com métodos cruéis — e incentivava membros da comunidade a participarem das ações extremas.
Também foram presos Kayke Sant Anna Franco, identificado como “Fearless”, e Caio Nicholas Augusto Coelho, conhecido como “Sync”. Kayke seria o principal articulador do assassinato do morador de rua, enquanto Caio atuava como incentivador de atos de violência e crueldade coletiva, segundo a polícia. Todos eles vinham sendo monitorados por seus envolvimentos em conteúdos digitais de natureza violenta.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas casas dos envolvidos para recolher dispositivos eletrônicos e outras provas. O nome da operação, “Desfaçatez”, foi escolhido para simbolizar o contraste entre a imagem pública mantida por alguns dos suspeitos e os atos bárbaros que cometiam no ambiente virtual. A polícia classificou a ação como essencial para interromper a escalada de violência do grupo.
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