Um estudo publicado em 2023 apontou que uma estrutura encontrada no Monte Ararat, na Turquia, pode ser vestígios da embarcação descrita na história bíblica de Noé. A descoberta indicaria que uma grande inundação há 5.000 anos teria atingido a arca.
Análises geológicas feitas por especialistas afirmam que a estrutura encontrada tem dimensões semelhantes à arca utilizada por Noé. As informações são do jornal The Jerusalem Post.
A estrutura foi encontrada na formação geológica Durupinar, localizada a cerca de 30 quilômetros ao sul do Monte Ararat, próximo à fronteira entre a Turquia e o Irã. A estrutura, composta por limonita (um minério de ferro), tem aproximadamente 163 metros de comprimento.
As dimensões da estrutura encontrada coincidem com o relato bíblico. De acordo com as Escrituras Sagradas, a arca tinha um comprimento de 300 côvados (antiga medida de comprimento em que uma unidade é equivalente a 0,66 m), uma largura de 50 côvados e uma altura de 30 côvados.
A equipe de pesquisa, liderada pelo professor Faruk Kaya, coletou cerca de 30 amostras de solo e rochas do local. As amostras revelaram vestígios de materiais semelhantes a argila, materiais marinhos e restos de frutos do mar, incluindo moluscos.
Esses vestígios marinhos sugerem que a área esteve submersa em algum momento.
“Nossos estudos mostram que essa região abrigou vida naquele período e que, em algum momento, foi coberta por água, o que reforça a possibilidade de que um evento catastrófico de grande magnitude tenha ocorrido”, declarou Faruk Kaya ao The Jerusalem Post.
De acordo com o estudo, os materiais encontrados datam entre 3.500 e 5.000 anos atrás.
O estudo está sendo conduzido desde 2021 por especialistas da Universidade Técnica de Istambul, da Universidade Agri Ibrahim Cecen, da Turquia, e da Universidade Andrews, dos Estados Unidos. A equipe irá conduzir mais pesquisas nos montes Ararat e Cudi, na região conhecida como Mesopotâmia.
A formação Durupinar foi descoberta inicialmente por um fazendeiro em 1948. A estrutura ganhou notoriedade em 1951, durante uma missão de mapeamento da Otan, e recebeu o nome do capitão do exército turco Ilhan Durupinar.
Apesar das evidências apresentadas, um artigo publicado pelo pesquisador David Franklin Fasold, do Departamento de Ciências Geológicas da California State University Northridge, em 1996, destaca que as estruturas foram identificadas erroneamente como a Arca de Noé.
“Estudos microscópicos de um suposto suporte de ferro mostram que ele é derivado de minerais vulcânicos. Supostas paredes de suporte de metal são concentrações naturais de limonita e magnetita em camadas sedimentares acentuadamente inclinadas. A suposta casca fossilizada é peridotito metamorfoseado enrugado. Calcário fossilífero, interpretado como cortando o sinclinal, impede que a estrutura seja a Arca de Noé porque esses supostos depósitos de ‘dilúvio’ são mais jovens do que a ‘arca’”, escreveu o pesquisador.