A criação do Campus I da UFPB-Universidade Federal da Paraíba (parte ocupando área da antiga Granja São Rafael, nas vizinhanças da Mata do Buraquinho), na segunda metade da década de 1960 (a mesma de sua federalização), constituiu marco importante no desenvolvimento urbano de João Pessoa.
Antes da instalação, as atividades acadêmicas em João Pessoa estavam dispersas em diferentes pontos da cidade, entre o Centro (bem mais significativamente) e Jaguaribe. Com a mudança para uma área então pouquíssimo urbanizada, a UFPB acabou favorecendo a sua ocupação.
Deu-se que a presença da universidade valorizou o território, estimulando desde a construção de moradias, a exemplo do bairro Castelo Branco, permitindo a chegada de comércios inicialmente voltados à comunidade acadêmica, mas depois de alcance muito mais amplo em finalidade e extensão territorial.
Isso, porque o impacto da instituição não se restringiu ao Castelo Branco. Bancários e Mangabeira, foram implantados na sequência, ganhando dimensão como grandes polos residenciais e comerciais. Bancários (aí incluído o Conjunto dos Professores, o Anatólia e o Jardim São Paulo) se destacou como um bairro dinâmico, atraindo professores, estudantes e profissionais, e se tornando referência em serviços e lazer.
Dessa forma, a UFPB consolidou seu papel como destacado motor do desenvolvimento da capital paraibana, não apenas por formar milhares de profissionais, mas também por impulsionar o comércio, a mobilidade e a valorização imobiliária em seu entorno.
Ainda como uma das decorrências, ali próximo surgiria, nos primeiros anos da década de 1970, a Universidade Autônoma (hoje, Unipê-Centro Universitário de João Pessoa), de caráter particular, e que também representaria outra etapa importante no crescimento urbano e do ensino superior na capital.
Mas essa é uma outra história.
Na foto, entrada do Campus I, à altura da Reitoria da instituição, atualmente.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba