Marinaldo Adriano Lima da Silva, de 23 anos, está foragido da Justiça após romper a tornozeleira eletrônica que usava por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Acusado de envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, durante entrevista ao Metrópoles, ele justificou que rompeu o equipamento por medo de traficantes da facção Nova Okaida, no Bairro das Indústrias, em João Pessoa (PB). Marinaldo declarou que foi confundido com um rival por estar com a tornozeleira e teve fotos divulgadas em grupos da facção.
“Acharam que eu era traficante. Desde então, comecei a viver com medo. Medo de ser julgado, de sofrer alguma represália da OKD [Nova Okaida], de estar em perigo dentro do meu próprio bairro. A pressão foi tanta que eu acabei cortando a tornozeleira. Não por maldade, mas por desespero. Só queria ter um pouco de paz”, disse.
O acusado também alegou dificuldades para carregar o equipamento e problemas de saúde que o impediam de se apresentar às autoridades.
Durante a prisão domiciliar, ele se mudou com a mãe para o município de Conde, por não conseguir arcar com o aluguel. “Era uma situação muito difícil. O lugar era cheio de muriçocas, a casa mal ventilada, e a gente vivia no aperto. Às vezes, eu nem conseguia levantar direito da cama. É difícil explicar o que é viver com dor e medo ao mesmo tempo”, relatou.
Marinaldo havia lançado pré-candidatura a vereador por João Pessoa pelo Democracia Cristã, mas abandonou a disputa em agosto de 2023, alegando que a associação de seu nome aos atos golpistas inviabilizou a campanha. “Quem me conhece sabe que eu não sou de direita e nunca vou ser. Nunca fui bolsonarista e nunca serei”, afirmou.
Vale ressaltar, no entanto, que ele foi preso em flagrante durante as invasões em Brasília.
A Nova Okaida, facção que Marinaldo cita como responsável pelas ameaças, é apontada pela Polícia Civil da Paraíba como a maior organização criminosa do estado. Segundo as autoridades, o grupo é resultado da fusão de antigas facções locais e controla o tráfico de drogas em várias regiões da Paraíba, além de atuar em Pernambuco e no Ceará. A facção Estados Unidos, sua principal rival, mantém presença em poucos bairros.
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