O salário mínimo deve chegar a R$ 1.502 a partir de 2025. O aumento será de 6,4%, R$ 90 a mais do valor atual, de R$ 1.412. A previsão consta da edição de maio do Boletim Macrofiscal, divulgada pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda.

O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, enviado ao Congresso Nacional em abril, já previa este valor para o mínimo. Mas o número ainda pode mudar, já que o reajuste do piso nacional depende das projeções para a inflação e de eventuais revisões do Produto Interno Bruto (PIB).

A nova grade de parâmetros revela aumento das perspectivas de inflação medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o qual o reajuste do salário mínimo é baseado. A atual estimativa é de alta de 3,5% em 2024 (frente 3,25%, na grade anterior).

A regra adotada desde o ano passado para o reajuste do salário mínimo segue a política de valorização, para garantir um aumento real, acima da inflação. A fórmula é a soma da inflação medida pelo INPC, acumulada em 12 meses até novembro do ano anterior, de 3,5% até agora, mais a variação do PIB de dois anos antes, de 2,9%.

Veja os últimos reajustes do salário mínimo

2024 – R$ 1.412 (6,97%)

2023 – R$ 1.320,00 (8,91%)

2022 – R$ 1.212,00 (10,04%)

2021 – R$ 1.100,00 (5,2%)

2020 – R$ 1.045,00 (4,7%)

2019 – R$ 998,00 (4,6%)

2018 – R$ 954,00 (1,8%)

2017 – R$ 937,00 (6,48%)

2016 – R$ 880,00 (11,6%)

Impacto

O valor do salário mínimo tem impacto não só na remuneração dos trabalhadores, mas também nos benefícios. Entre eles estão aposentadorias, pensões e outros auxílios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), além do seguro-desemprego, no abono salarial PIS/Pasep e do Benefício da Prestação Continuada (BCP).

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo é a base da remuneração de 60,3 milhões de trabalhadores e beneficiários do INSS.

O órgão estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário baseado no custo da cesta básica. Em abril, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.912,69 ou 4,90 vezes o mínimo atual de R$ 1.412,00.