O governo federal anunciou recentemente um investimento de R$ 15 bilhões no programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, com o objetivo de impulsionar a construção civil e auxiliar as famílias de classe 3, ou seja, aquelas que recebem até R$ 7 mil mensais. A medida, foi detalhada pelo engenheiro Fernando Figueiredo, que traz semanalmente sua análise técnica na coluna Diário de Obras, no programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão.
Segundo Figueiredo, o anúncio é um alívio para a construção civil, setor que enfrenta uma grave crise, com problemas de mão de obra e financiamento. “Essa foi a notícia da engenharia essa semana. Além do incentivo, ele é prioritariamente voltada para a classe 3, que são pessoas que ganham até R$ 7 mil”, explicou o engenheiro, destacando o potencial de recuperação do setor com o novo aporte de recursos.
O programa Minha Casa, Minha Vida surge, assim, como uma estratégia para reaquecer o mercado imobiliário, que atravessa uma fase difícil. Figueiredo lembra que, em colunas anteriores, abordou a crise no setor, incluindo a escassez de mão de obra e os obstáculos enfrentados pelos consumidores e empreendedores devido ao alto custo dos financiamentos. “Eu trouxe até uma comparação entre uma bolha imobiliária e um boom. Quem acompanha nossa coluna já sabia que uma ação do governo seria necessária para tentar diminuir a crise no setor”, completou.
Entretanto, o engenheiro alerta para riscos potenciais dessa medida. “O problema principal não foi resolvido. Estamos lidando com uma carga tributária altíssima. Isso não é só um problema da construção civil, mas de toda a economia. Não houve uma redução nos impostos, que continuam elevados. A solução foi injetar recursos para facilitar os financiamentos, mas isso significa que a população vai se endividar mais”, critica Figueiredo.
O especialista reitera que a falta de uma reforma tributária que aliviasse os impostos poderia gerar um efeito indesejado. “Estamos no caminho para uma bolha imobiliária. Isso é uma das etapas que pode culminar em um estourar do mercado no futuro. Sem a redução dos impostos, o financiamento fácil pode criar um cenário perigoso”, alerta, reforçando suas previsões de que o cenário atual, apesar de melhorar temporariamente a economia do setor, pode gerar sérios problemas a médio e longo prazo.
A análise do engenheiro é um chamado à reflexão sobre os impactos a longo prazo do programa, que, apesar de representar uma resposta imediata à crise, pode esconder riscos econômicos ainda não suficientemente discutidos. Figueiredo destaca que o futuro da construção civil no Brasil depende não apenas de recursos adicionais, mas também de uma reestruturação mais profunda, incluindo a redução da carga tributária e soluções mais eficazes para os problemas estruturais do mercado.
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