Mototaxistas de Cajazeiras manifestaram forte contrariedade à exigência do uso de capacete também para os passageiros, em uma medida que será fiscalizada pela Superintendência Cajazeirense de Transporte e Trânsito (Sctrans) e pela 5ª Companhia de Trânsito da Polícia Militar.
A resolução do Conselho Nacional de Trânsito (CNT), que estabelece o uso obrigatório do capacete tanto para motociclistas quanto para os passageiros da garupa, será implementada nas ruas do município, gerando um debate acirrado entre motoristas e autoridades.
Em enquete realizada ao vivo durante o programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, o repórter Fernando Alencar ouviu vários mototaxistas do Centro de Cajazeiras para entender a opinião da categoria sobre a medida, que entra em vigor como parte de um esforço para reforçar a segurança no trânsito.
O mototaxista Damião Alves se posicionou contra a medida, destacando que, apesar de ser uma legislação federal, o município de Cajazeiras já possui um código de trânsito municipalizado. “Por que mexer numa ferida que já está adormecida?”, questionou Alves, enfatizando que os acidentes no município não estão diretamente relacionados aos mototáxis. Para ele, o foco deveria estar em outras áreas do trânsito, ao invés de implementar uma norma que, segundo ele, poderia prejudicar os profissionais.
A opinião de Clodoaldo Sousa também foi em linha com a de Alves. Para ele, a nova exigência dificultaria a vida dos mototaxistas, especialmente no caso do transporte de crianças. “O motoqueiro hoje, quando o passageiro chega, muitas vezes tem uma criança para levar. A partir do momento em que se exigir o capacete, não poderemos transportar essas crianças”, lamentou Clodoaldo.
Gabriel Pereira, outro mototaxista ouvido, também manifestou descontentamento com a medida, alegando que ela poderia prejudicar não só os mototaxistas, mas também a população em geral. “Vai prejudicar todo mundo. As pessoas nem sempre querem usar o capacete, e fica difícil. Além disso, é necessário fiscalizar mais os clandestinos que operam sem a devida regularização”, afirmou.
A crítica não se limitou apenas aos impactos diretos sobre os profissionais. Elivaldo Oliveira sugeriu que a medida poderia ter motivações políticas e declarou não ser a favor da nova norma.
“Nunca ouvi dizer que aconteceu algum acidente com algum mototáxi, com vítima”, disse, fazendo referência à percepção de que a segurança dos mototaxistas em Cajazeiras não foi prejudicada até o momento.

Os mototaxistas não concordam com a obrigação do uso do capacete para os passageiros – Foto: Diário do Sertão
Expedito Costa, por sua vez, foi enfático em sua crítica, chamando a exigência de capacete de “jogo político” e alegando que a prefeita poderia até ignorar a situação. “Ninguém quer usar o capacete. A maioria dos motoqueiros não tem zelo com ele”, disse Expedito, reforçando o argumento de que a norma não traria benefícios claros à população.
A medida da Sctrans, que também prevê o uso do cinto de segurança para passageiros de automóveis, segue o que está estabelecido pela legislação federal, mas tem gerado controvérsias e preocupa a categoria de mototaxistas, que vê nela um entrave ao seu trabalho diário. A implementação dessa exigência em Cajazeiras promete seguir gerando discussões, tanto entre os motoristas quanto entre as autoridades de trânsito da cidade.
Nestes primeiros dois meses, as blitzes serão educativas. O condutor que for flagrado com o garupa sem capacete ele será convidado e descer e continuar o seu trajeto a pé, amenos que arrume um capacete; o condutor não será multado. Mas, após os dois meses, a regra passará a valer de fato. Podendo resultar em multa para o condutor da moto.

Os mototaxistas não concordam com a obrigação do uso do capacete para os passageiros – Foto: Diário do Sertão
TEMA REPERCUTIDO NA CÂMARA MUNICIPAL
O vereador Ninha do Frigorífico (PP) disse durante discurso em sessão na Câmara Municipal que a medida visa cumprir as leis e garantir mais segurança na cidade.
“Deixar bem claro que não é perseguição, nem da superintendência de trânsito, através de Alison Lira, não é perseguição da 5ª CIA de trânsito através do capitão Edevaldo, não é perseguição da nossa excelentíssima prefeita Socorro Delfino, nem muito menos perseguição do excelentíssimo governador do Estado, João Azevêdo, são leis e leis têm que ser cumpridas”, pontuou.
DIÁRIO DO SERTÃO
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br,
siga nas redes sociais:
Facebook,
Twitter,
Instagram
e veja nossos vídeos no Play Diário.
Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.