Nesta quarta-feira (19), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que atualmente não há mais perseguições políticas ou exilados no Brasil. A declaração foi feita durante sessão solene em comemoração aos 40 anos da redemocratização do país, marcada pela posse de José Sarney, o primeiro presidente civil após 21 anos de ditadura militar.
“Nos últimos 40 anos, não vivemos mais as mazelas do período em que o Brasil não era democrático, não tivemos jornais censurados, nem vozes caladas à força, não tivemos perseguições políticas, nem presos, nem exilados políticos. Não tivemos crimes de opinião ou usurpação de garantias constitucionais. Não mais, nunca mais”, afirmou Motta.
A fala do presidente da Câmara foi feita um dia após o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciar sua fuga do Brasil. Ele se licenciará do mandato por tempo indeterminado para permanecer nos Estados Unidos.
Veja a fala de Hugo Motta:
O parlamentar, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), justificou a decisão se vitimizando, alegando ser alvo de uma suposta ditadura do judiciário pelo risco de ter seu passaporte apreendido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) caso retorne ao Brasil.
Eduardo afirmou, em vídeo publicado em seu canal no YouTube, que teme ser preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, relator de uma ação que o acusa de cometer crime contra a soberania nacional ao criticar o Judiciário brasileiro no exterior. “Nunca imaginei que eu faria uma mala de 7 dias para não mais voltar para casa (…). Meu trabalho é muito mais importante aqui nos Estados Unidos do que no Brasil”, disse o deputado.
Ele também declarou que não pretende se submeter ao que chamou de “regime de exceção” e que seguirá nos EUA para buscar “sanções aos violadores de direitos humanos”. Citando o guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, Eduardo afirmou que “não se combate uma ditadura estando dentro dela”.
“Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques sujos. Da mesma forma que assumi o mandato parlamentar para representar minha nação, eu abdico temporariamente dele, para seguir representando esses irmãos de pátria que me incumbiram dessa nobre missão”, declarou.
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