O vice-presidente dos EUA, JD Vance, ampliou a crise diplomática ao se referir ao governo chinês como “camponeses” durante entrevista à Fox News nesta terça-feira (8). A declaração provocou uma resposta imediata de Pequim, que classificou as palavras como “ignorantes e desrespeitosas”, elevando ainda mais as tensões entre os dois países, já em conflito pela guerra tarifária criada por Donald Trump.
“Nós pegamos dinheiro emprestado de camponeses chineses para comprar as coisas que esses camponeses chineses fabricam”, afirmou Vance, criticando o que chamou de dependência excessiva dos EUA em relação à China. O comentário foi feito no mesmo dia em que a Casa Branca confirmou a aplicação de tarifas de 104% sobre produtos chineses a partir da meia-noite desta quarta-feira (9).
A reação do país presidido por Xi Jinping não demorou. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, respondeu durante o briefing diário de Pequim: “A posição da China sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos foi deixada muito clara. É surpreendente e triste ouvir comentários tão ignorantes e desrespeitosos deste vice-presidente”.
A troca de farpas ocorre em meio a uma das maiores crises diplomáticas entre os dois países nos últimos anos. A escalada começou na semana passada, quando Trump anunciou um pacote de tarifas contra 180 países, incluindo uma taxa adicional de 34% sobre produtos chineses.
A China retaliou com aumentos similares sobre importações dos EUA, levando Trump a ameaçar elevar as tarifas para 104% caso Pequim não recuasse.
Na sequência, os EUA chegaram a estabelecer um prazo até esta terça-feira (8) para que a China reconsiderasse suas medidas. Trump chegou a postar em sua rede social que aguardava uma ligação de Pequim para negociar, mas a resposta chinesa foi firme: durante a madrugada, autoridades afirmaram que não recuariam e estavam prontas para continuar retaliando, mesmo reconhecendo que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.
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