A Justiça do Maranhão exigiu explicações da prefeita Flavinha Cunha (PL), do município de Zé Doca, pela troca do Carnaval por um festival gospel na cidade, com custo de mais de R$ 600 mil em cachês. O juiz Marcelo Moraes Rêgo de Souza, titular da 1ª vara, deu prazo de 72 horas para ela se explicar.
A decisão decorre de uma ação popular protocolada na Justiça. O anúncio do “Carnaval gospel” foi feito no dia 19 de janeiro, em um vídeo publicado nas redes sociais de Flavinha ao lado do deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL). Na gravação, eles afirmam que a mudança é uma “inovação para agradar toda a população”. O Ministério Público também deve se manifestar sobre o assunto, conforme a decisão do juiz.
A ação foi apresentada pelo advogado Jean Menezes de Aguiar, segundo o UOL, que afirma que a ação da prefeita é “inconstitucional” e que ela estaria promovendo discriminação religiosa e quebra do Estado laico ao promover o evento gospel em detrimento de uma festa laica. O advogado ainda menciona a enorme despesa com o evento religioso.
“A prefeita age, personalissimamente, com absoluta falta de ética, lealdade e honestidade na gestão dos recursos e no exercício das competências, quando escolhe uma cepa religiosa, que pública e sabidamente guerreia, nos programas de TV, comissivamente com outras tantas crenças e modos, para empreender festa oficial do Município sob sua gestão administrativa”, diz um trecho da ação.
Atrações do “Carnaval gospel”
O festival gospel está previsto para acontecer entre 1° e 4 de março, durante o período reservado às festas do Carnaval, contará com cinco atrações e terá um custo estimado em mais de R$ 600 mil em cachês. Entre os artistas contratados, a cantora Maria Marçal receberá R$ 210 mil para se apresentar no dia 1º de março. Já a banda Morada, que subirá ao palco no dia 2 de março, terá um cachê de R$ 170 mil. Outros nomes confirmados são Gerson Rufino (R$ 90 mil), Kleber Nascimento (R$ 60 mil) e o grupo infantil 3 Palavrinhas (R$ 75 mil).
Revista Fórum