O Supremo Tribunal Federal (STF) segue, nesta sexta-feira (22/5), com as oitivas de testemunhas no âmbito da ação penal que apura suposta trama golpista contra a eleição de Lula (PT) em 2022. Nessa fase, são ouvidas as testemunhas de defesa dos réus do chamado núcleo 1, composto por oito pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Até o momento, prestaram depoimento ao STF, em audiências sob o comando do ministro Alexandre de Moraes, as testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República e pela defesa do colaborador Mauro Cid.
Nesta sexta, o STF ouve as testemunhas indicadas pelas defesas do deputado federal Alexandre Ramagem (PL); do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Jair Bolsonaro, Augusto Heleno; e do ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos. Entre desistências e pedidos para não depor, serão seis pessoas como testemunhas de defesa dos réus. Confira os nomes e horários:
Dia 23/5/2025, às 8h
Testemunhas de Alexandre Ramagem:
Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho;
Testemunha de Walter Souza Braga Netto:
Waldo Manuel de Oliveira Aires.
Dia 23/5/2025, às 14h
Testemunhas de Augusto Heleno Ribeiro Pereira:
Hamilton Mourão (testemunha também das defesas de Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto);
Alex D’alosso Minussi;
Gustavo Suarez da Silva.
Testemunhas de Almir Garnier:
José Aldo Rebelo Figueiredo;
Pedido do comandante da Marinha
O comante da Marinha, almirante-de-brigada Marcos Sampaio Olsen, foi indicado pela defesa de Almir Garnier para depor como testemunha de defesa. No entanto, Olsen pediu ao ministro Alexandre de Moraes para não prestar depoimento ao STF como testemunha de defesa em ação que analisa trama golpista. Moraes, porém, negou o pedido e ele terá de depor. A oitiva dele está prevista para esta sexta-feira (23/5), às 14h.
A defesa de Garnier recusou a desistência do atual comandante da Força. Em petição enviada na tarde desta quinta-feira (22/5), os advogados do ex-comandante sustentaram que, embora Olsen alegue não ter conhecimento dos fatos, o depoimento dele é essencial para esclarecer “pontos cruciais à defesa do acusado, especialmente no que se refere ao contexto da nota à imprensa divulgada pela Marinha do Brasil em 27 de novembro de 2022, a qual guarda relação direta com os fatos investigados”.
A defesa também argumentou que é “igualmente essencial esclarecer, sob o crivo do contraditório, se, à época dos fatos narrados na denúncia, houve qualquer conversa ou tratativa interna relacionada à movimentação ou preparação de tropas, tendo em vista que a testemunha arrolada exercia, naquele período, o cargo de Comandante de Operações Navais (CON) da Marinha do Brasil”.
No documento, os advogados destacaram ainda que Olsen foi formalmente intimado para depor e, como então Comandante de Operações Navais, tinha responsabilidade direta sobre o planejamento e execução de todas as operações militares navais, tanto em tempos de paz quanto de guerra. “Sendo-lhe subordinados todos os meios de combate”, reforçou a defesa.
Almir Garnier é um dos oito réus na ação penal contra o chamado núcleo 1, que inclui também o ex-presidente Jair Bolosonaro (PL).
Na ação, Garnier é apontado como o comandante de uma das forças armadas que teria concordado com um plano apresentado por Bolsonaro para impedir que o presidente eleito em 2022 tomasse posse.