A Prefeitura de São Paulo, comandada pelo bolsonarista Ricardo Nunes (MDB), atrasou a entrega de estátuas de pessoas negras que seriam homenageadas na cidade e afirmou que o projeto não tem data para conclusão. A obra foi anunciada em novembro de 2023 pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa e deveria ter sido entregue no ano passado.
A pasta fez uma consulta pública em 2023 para definir quais pessoas deveriam ser homenageadas e a população escolheu Mãe Sylvia de Oxalá, Elza Soares, Francisco José das Chagas (Chaguinhas), Lélia González e Milton Santos.
O projeto nunca saiu do papel e não há uma data prevista para que seja concretizado, segundo a coluna Guia Negro da Folha de S.Paulo. A pasta afirmou que as estátuas estão em fase de definição dos locais onde serão instaladas e deve contratar os responsáveis pelas obras.
“O próximo passo é a contratação dos artistas para execução”, diz a secretaria. A estátua de Elza Soares está em processo de negociação e a pasta afirmou que “os custos são divulgados após a efetivação da contratação dos artistas”.
Até o início de 2022, somente cinco dos 366 monumentos de São Paulo retratavam pessoas negras. Naquele ano, foram homenageados Adhemar Ferreira da Silva, primeiro atleta sul-americano bicampeão olímpico em eventos individuais; Carolina Maria de Jesus, escritora; Deolinda Madre (Madrinha Eunice), sambista; Geraldo Filme, compositor e cantor; e Itamar Assumpção, cantor e compositor.
Os monumentos, que possuem apenas 1,66 metro, foram instalados sem placas de identificação e os textos só foram incluídos após críticas na imprensa. A estátua de Borba Gato, por exemplo, tem 13 metros de altura.
As homenagens a figuras negras já instaladas também têm um problema de localização: a de Carolina Maria de Jesus, por exemplo, está num parque em Parelheiros, região com pouca circulação, e Geraldo Filme foi homenageado na Praça David Raw, na Barra Funda, local que não tem passagem de pedestres.
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