O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), presidente estadual do MDB na Paraíba, voltou a defender uma reforma política profunda no Brasil. Em entrevista à Rádio Caturité FM, ele criticou o que chamou de “ciclo permanente de campanhas” e defendeu o fim da reeleição e a unificação do calendário eleitoral.
“Tudo está muito precoce nesse processo eleitoral de 2026 na Paraíba. Terminamos uma eleição e já começamos outra. Isso gera uma sensação — ou melhor, uma constatação — de campanhas permanentes e políticas precipitadas”, afirmou o senador.
Para Veneziano, a solução passa por uma reestruturação do sistema político, com mandatos únicos de cinco anos para cargos do Executivo e um calendário unificado para todas as eleições.
“Ou a gente estabelece um calendário único, acaba com o instituto da reeleição e define mandatos de cinco anos para presidente, governadores e prefeitos, ou continuaremos a viver essa instabilidade política e administrativa.”
Durante a entrevista, o parlamentar também comentou as movimentações políticas já em curso para as eleições de 2026. Segundo ele, muitos dos acordos em formação são frágeis e baseados em interesses oportunistas.
“Quando se lida com o fisiologismo, com partidos que não se preocupam com coerência ou linha ideológica, tudo muda conforme a direção do vento. É o velho comportamento de quem vê a política como um espaço de conveniência e não de convicção.”
Veneziano ainda criticou gestores que se apropriam de ações do governo federal como se fossem iniciativas próprias, chamando a prática de “desonestidade política”.
“Já vimos isso em outros governos e voltamos a ver agora, inclusive na Paraíba. O governo federal faz os investimentos, mas o gestor local se apresenta como autor das ações. Eu dizia ao presidente Lula: não estamos sendo enganados, estamos nos permitindo ser enganados.”
Por fim, o senador reforçou que o cenário eleitoral de 2026 segue indefinido e instável, e que apenas uma reforma política profunda poderá garantir previsibilidade e coerência ao processo democrático.
“Estamos a um ano das eleições, e o quadro ainda é indefinido. Essa é a realidade da nossa política, marcada por interesses imediatos. Só uma reforma verdadeira poderá mudar isso.”
Redação