O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou nesta terça-feira (16) que irá pautar a votação do pedido de urgência do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A decisão foi comunicada durante reunião com líderes partidários na residência oficial da Câmara e deve ser formalizada na sessão deliberativa desta quarta-feira (17).
A iniciativa de Motta ocorre em um momento de forte pressão de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que intensificaram articulações após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), chegou a encomendar um estudo técnico para mapear votos favoráveis à urgência, enquanto o governo e a oposição passaram a contar votos “no varejo” para medir forças no plenário.
Segundo interlocutores próximos, Motta não é entusiasta da proposta, mas busca encerrar o impasse que tem travado a agenda legislativa da Casa.
A decisão de Motta provocou reação imediata do Palácio do Planalto. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou que o governo considera a proposta “imoral e inconstitucional” e vai trabalhar para derrotar o pedido de urgência. “Nem terminou o julgamento e já há pressão para pautar. Vamos nos posicionar contra e trabalhar para derrubar o pedido de urgência”, declarou.
A estratégia do governo inclui reuniões com líderes partidários, mobilização de ministros com mandato na Câmara e até a possibilidade de licenças temporárias para garantir votos contrários à urgência.
PB Agora