O senador Efraim Filho (União Brasil-PB) é, até o momento, o único representante da Paraíba no Senado a apoiar o pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O movimento, articulado por parlamentares da oposição, já conta com 38 assinaturas favoráveis entre os 81 senadores, segundo levantamento atualizado nesta quarta-feira (6).
Além de apoiar o afastamento de Moraes, Efraim também se posicionou publicamente a favor da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
“Sim. Ambas terão meu voto a favor”, declarou Efraim nas redes sociais, ao ser questionado por um seguidor sobre o impeachment e a anistia.
O pedido de impeachment foi protocolado com base na alegação de abuso de autoridade por parte de Alexandre de Moraes, especialmente após a decretação de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para que o pedido avance, são necessárias 41 assinaturas — ou seja, maioria simples da Casa. Depois disso, o processo precisa do aval de 54 senadores (dois terços) para resultar em afastamento.
O apoio de Efraim ao pedido é visto nos bastidores como uma movimentação estratégica, que pode ter reflexos em sua articulação política para 2026, quando o senador é apontado como possível pré-candidato ao governo da Paraíba.
Além do impeachment, Efraim defende a votação do projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Segundo o parlamentar, os condenados foram submetidos a penas que ele classifica como “exageradas”.
“Tem traficante, tem homicida, tem estuprador que não pega essas penas. Precisamos corrigir os abusos e excessos cometidos”, argumentou o senador.
A proposta de anistia é uma das bandeiras do chamado “pacote da pacificação” promovido por parlamentares da oposição. Ela enfrenta forte resistência de parte do Congresso, especialmente dos partidos de centro e da base governista.
Os outros dois senadores paraibanos — Daniella Ribeiro (PSD) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB) — ainda não se manifestaram oficialmente sobre o impeachment ou a anistia, mas deve ser contrários.
Com o avanço das articulações, cresce a pressão sobre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para que o pedido de impeachment seja analisado. No entanto, interlocutores apontam que o tema ainda enfrenta resistência institucional e pode não avançar sem uma crise política mais ampla.
PB Agora