Declarações do prefeito de Cabedelo, André Coutinho (Avante), que teve o mandato cassado em primeira instância neste ano em decorrência da operação En Passant, que investiga o aliciamento violento de eleitores e supostas ligações da administração municipal com facções criminosas, repercutiram ao longo do fim de semana, especialmente por conta das questões jurídicas que envolvem seu mandato.
As acusações que pesam sobre o gestor, de acordo com o Ministério Público, dizem respeito a pessoas ligadas a grupos criminosos que teriam sido inseridas na folha de pagamento da prefeitura em troca de apoio eleitoral em comunidades dominadas pelo tráfico.
Durante entrevista ao NinjaCast entretanto, Coutinho afirma que, no período citado na denúncia, não detinha qualquer poder de nomeação.
O prefeito reforçou que, à época, o cargo era ocupado pelo ex-prefeito Vitor Hugo (Avante), também denunciado pelo Ministério Público Eleitoral.
“Qual era o cargo que eu exercia na época?”, questionou o gestor, recordando que era presidente da Câmara Municipal de Cabedelo e não tinha prerrogativa para realizar nomeações na prefeitura.
“Não tem uma investigação contra o presidente da Câmara. Eu tinha a possibilidade de nomear (no Legislativo). Não fiz uma nomeação. Não demiti ninguém para contratar outra, para mexer no tabuleiro como o povo diz aí na campanha. Zero. Pega o extrato aí da Câmara, não tem nomeação”, destacou.
O prefeito também ressaltou que, quando assumiu a administração municipal, todos os servidores contratados foram obrigados a apresentar certidões criminais.
Além de Coutinho e do ex-prefeito Vitor Hugo, também foram denunciados no processo o vereador Márcio Silva (União Brasil) e o traficante Flávio de Lima Monteiro, conhecido como “Fatoka”.
PB Agora