A arquiteta Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, que residia em João Pessoa desde novembro de 2024, está presa há sete meses no Camboja, acusada de envolvimento com tráfico de drogas. A família afirma que a prisão é injusta e denuncia que Daniela é vítima de um esquema internacional de tráfico humano.
Natural de Minas Gerais, Daniela se mudou para a capital paraibana em busca de novas oportunidades profissionais. Em janeiro deste ano, após enviar currículos pela internet, ela aceitou uma proposta de trabalho temporário como operadora de telemarketing no Camboja. A decisão foi tomada mesmo contra a vontade da família.
Segundo relatos da mãe, Myriam Marys, a comunicação entre as duas foi normal até fevereiro. No mês seguinte, mensagens suspeitas começaram a ser enviadas por supostos golpistas que se passaram por Daniela. Eles pediram dinheiro para pagar uma multa de rescisão contratual, no valor de US$ 4 mil (cerca de R$ 27 mil), que foi transferido pela família.
Pouco depois, Daniela conseguiu entrar em contato e relatou que havia sido presa injustamente. De acordo com ela, cápsulas de droga foram colocadas no banheiro do local onde morava, após se recusar a participar de um esquema de golpes online. Desde então, está detida em uma cela superlotada com cerca de 90 mulheres.
O julgamento da brasileira está marcado para esta quinta-feira, 23 de outubro. A família afirma que Daniela adoeceu na prisão e que tem recebido apenas respostas protocolares do Itamaraty e do Ministério das Relações Exteriores.
Em nota, o Itamaraty informou que acompanha o caso e que a Embaixada do Brasil no Camboja está prestando assistência consular à brasileira, conforme o protocolo de atendimento a vítimas de tráfico internacional de pessoas.
O caso de Daniela se soma a outros relatos de brasileiros atraídos por falsas promessas de trabalho no Sudeste Asiático. Em 2024, o Ministério das Relações Exteriores prestou assistência a 63 brasileiros em situação de tráfico de pessoas, sendo 41 deles na região.
PB Agora