Cinco dos sete policiais militares envolvidos na ação que resultou na morte do menino Ryan Silva Andrade Santos, de 4 anos, vítima de uma bala perdida em novembro de 2023 em Santos (SP), já respondem a processos por outros homicídios.
O autor do disparo fatal foi identificado como o cabo Clóvis Damasceno de Carvalho Junior, que também é acusado pelo homicídio de José Jameson da Silva, 36 anos, ocorrido em setembro de 2022 no Morro de São Bento, mesma comunidade onde Ryan foi atingido enquanto brincava em frente à casa de uma familiar.
Além de Clóvis, participaram daquela ação os PMs Átila Araújo Valverde Delgado e Michel Rodrigues da Silva. Átila responde por mais um homicídio, ocorrido em junho de 2022, enquanto Michel acumula processos por três lesões corporais, além do caso de José Jameson.
Os outros policiais afastados após a morte de Ryan são Jorge Luiz Tilly Filho, processado por dois homicídios em 2022; Marcelo Oliveira Silva, com passagem por lesão corporal; e Mauro Gomes de Moraes Junior, o único sem processos criminais.
Todos os envolvidos já retornaram às atividades operacionais, conforme confirmado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), e suas armas, incluindo a espingarda calibre 12 que matou Ryan e um fuzil calibre 556, foram devolvidas ao batalhão em fevereiro após perícia.
Durante a ação, os sete PMs efetuaram ao menos 22 disparos, enquanto dois adolescentes (15 e 17 anos), alvos da operação, teriam atirado apenas duas vezes com um revólver calibre 38.
O laudo sobre a arma que matou Ryan já foi anexado ao inquérito policial, que aguarda apenas um depoimento para conclusão, segundo a SSP. Paralelamente, um Inquérito Policial Militar foi concluído e enviado à Justiça Militar.
A tragédia ganhou ainda mais destaque quando revelou-se que Ryan era filho de Leonel Andrade Santos, também assassinado pela PM nove meses antes, na mesma região.
Beatriz da Silva Rosa, mãe da criança, relatou o luto da família: “Todo dia eu tenho que explicar. Todo dia eles perguntam do pai. Esses dias meu filho mais novo falou: ‘Mamãe, eu quero morrer’. Aí, eu desviei o olhar, tentei conversar de outra coisa para ver se ele se distraía. E ele repetia: ‘Mamãe, olha para mim, eu quero morrer, e tem que ser agora, porque eu quero ver meu pai’”.
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