A vida é um sacrifício. Já paguei tantos boletos, tantas desilusões, pancadas que não merecia, tantas desumanidade.
Eu já vivi tanto, que já posso pensar na viagem, na passagem, que todos têm que fazer um dia.
Desde então apenas procuro isso – ser digno, viver para amar e sentir-me à vontade, ocasionalmente, como uma visita que surpreende a própria casa onde mora.
Minha família não participou de nenhuma revolução. Erámos pacatos, queridos, engraçados, mas sempre com hombridade.
Primeiro que tudo vem da educação, a moral e o caráter. Isso meu pai me deu.
Me deu a vontade de imaginar outras palavras para ganhar a vida, o pão, o mundo – mas ganhar o mundo é uma sensação muito estranha.
Palavras pronunciadas e inatingíveis, além da humilhação que o homem tem que passar para sobreviver.
Qualquer palavra agora seria escusada. Até os versos dos poemas de Drummond. Palavras são cânticos de alegria e às vezes piedade.
Eu perdi minha alegria e quando acontece isso, fico igual um bicho acuado
Meu coração – simplificado com uma simbologia e eu sinto que ele deixou de ser invisível, como se quisesse sair pela boca e, deixou
de ter o que dizer.
Puxa vida! Alguém aí me empreste um coração.
Hoje não tem kapetadas
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