Há séculos, antes mesmo de a cidade existir, os irerês viviam por aqui, voando sobre o rio Sanhauá e descansando nas margens da Lagoa, em meio a muito verde. Eles viram a cidade nascer e crescer.
No começo, não havia casas nem ruas de pedra, apenas rios, matas e aldeias indígenas. Mas um dia, os portugueses chegaram navegando pelo rio Sanhauá e decidiram construir uma cidade. Eles chamaram esse lugar de Filipeia de Nossa Senhora das Neves.
Para se protegerem dos inimigos, escolheram um lugar alto, onde podiam ver quem vinha de longe. Assim, foram nascendo igrejas, praças e ruas.
As ruas eram estreitas, cheias de subidas e descidas, porque precisavam obedecer a caminhos traçados pelos morros. Algumas delas terminavam bem perto da água, onde os barcos ancoravam trazendo mercadorias lá de fora e levando as nossas para outras terras.
O tempo passou, e a cidade cresceu devagarzinho.
Os seus habitantes construíram mais igrejas, mercados e casas, algumas com azulejos coloridos. Até os bondes chegaram, correndo sobre trilhos e levando as pessoas de um lado para o outro!
Mas então veio uma mudança muito grande! As pessoas começaram a sair de mais perto do rio e foram morar mais perto do mar. Antes, a praia de Tambaú era só mata, areia e coqueiros, mas logo virou um bairro cheio de casas e ruas largas.
Construíram então uma avenida bem grande, chamada Epitácio Pessoa, que ligava o centro até o mar. Agora, João Pessoa, o novo nome da cidade, tinha duas partes importantes: a antiga e a nova, pertinho das ondas!
Mesmo com todas essas mudanças, o rio Sanhauá continuou ali, vendo tudo acontecer. Hoje, a cidade tem prédios altos, carros e luzes brilhantes, mas ainda guarda lembranças daquele tempo antigo, quando tudo começou às margens do rio.
Se um dia você passar pelo centro, olhe com respeito para os prédios velhinhos, para as igrejas e para as ruas de pedra. Elas têm muitas histórias para contar… e, quem sabe, você até não escuta um irerê assobiando por ali?
Na foto, mais para o rio que para o mar, a Lagoa do Parque Solon de Lucena, no Centro, antiga Lagoa dos Irerês.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba