Joaquín Salvador Lavado ou simplesmente Quino, argentino de Mendoza, nascido em 1932, cujo apelido surgiu justamente para diferenciá-lo de seu tio, o pintor e desenhista publicitário Joaquín Tejón, com quem, aos três anos de idade, descobriu o seu dom, a sua vocação: o desenho.
Quino, inicialmente passou pela Escola de Belas Artes de Mendoza na década de 1940, a qual abandonaria anos depois para dedicar-se a desenhar quadrinhos e humor. Criador de um personagem conhecido internacionalmente – Mafalda, Quino se notabilizou por direcionar seu trabalho à diversas áreas, como por exemplo: gastronomia, medicina, burocracia, poder, profissionalismo, política, vida e vida moderna.
O tempo fez de Quino um dos maiores cartunistas do mundo. Seus desenhos demonstram a preocupação de um artista com o destino da humanidade.
Nas suas charges encontrei algumas pérolas. A primeira, retratava uma criança de chupeta na boca e o pai a lhe mostrar um carro, ao mesmo tempo em que lhe dizia: ali estão as suas pernas; Numa segunda charge, o pai apontava para um computador e falava ao filho: Ali está o cérebro de tudo. Na terceira, havia um pai mostrando um celular ao filho e dizendo: por meio deste aparelho o homem se comunica.
Já na quarta charge, um pai liga a televisão e com um filho assiste a um filme erótico e dizendo que aquilo é cultura. Numa outra, Quino mostra-nos um pai ensinando ao filho que deve ele sempre amar ao próximo e, para tanto, coloca um espelho na frente do filho e diz: este que você está vendo no espelho é o seu próximo. Num outro desenho o cartunista retrata um pai informando ao filho que os ideais, a moral e a honestidade são encontrados no lixo. Por fim nos deparamos com um desenho, onde Quino mostra um pai falando sobre Deus ao filho, ao tempo em que apresenta uma nota de cem dólares.
O pai de Mafalda com seus desenhos sempre com um traço próprio e com um humor extremamente reflexivo, sábio e hodierno, expressa sua percepção de como o mundo mudou. Pelo que se observa das suas charges, os conceitos de orientação aos filhos sofreram transformações que lamentavelmente estão à caminhar sobre uma estrada perigosa, focada num materialismo que deprecia até mesmo a inteligência humana, colocando em risco um futuro não muito distante do homem e da terra.
Dos desenhos de Quino observamos uma sociedade que caminha cambaleante nas sombras da morte, doente espiritualmente. Por isso, é sempre bom recorrer aos ensinamentos de Emmanuel que, diz: “Lembra-te de que as civilizações se sucedem no mundo, há milhares de anos, e que os homens, por mais felizes e por mais poderosos, foram constrangidos à perda do veículo da carne para acerto de contas morais com a eternidade”.
Ou mudamos, ou sucumbiremos.
Esqueçamos o materialismo, pois a felicidade é reino do espírito.
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