O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse ao Estadão/Broadcast nesta segunda-feira, 5, que espera que haja uma reversão “o mais rápido possível” no ciclo de alta da taxa Selic.
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne terça e quarta-feira para definir o novo nível da Selic. Desde que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula, assumiu o comando da autarquia, a Selic já subiu de 12,25% para 14,25%.
“Essa (alta de juro) foi uma herança da gestão Roberto Campos Neto. Temos que reverter essa trajetória o mais rápido possível”, disse Mercadante, após participar da inauguração da estação de trem Ambuitá, na cidade de Itapevi (SP). A obra contou com apoio do BNDES.

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES Foto: Pedro Kirilos/Estadão
De acordo com Mercadante, houve um aumento importante nas aprovações de crédito por parte do BNDES no primeiro trimestre de 2025, mas a consulta junto ao banco para novos projetos já “desacelerou um pouco”. “Porque muitos empresários, por conta do tarifaço dos Estados Unidos e os juros muito altos aqui, atrasam os investimentos, esperando que a taxa (Selic) baixe. Isso tem que se resolver logo”, reforçou o presidente do BNDES.
Segundo ele, o diálogo entre política monetária e política industrial no País “precisa ser repactuado”. “O Brasil precisa crescer, é isso que resolve o problema da dívida pública.”
Apesar de torcer pela queda na Selic, Mercadante frisou que, independentemente das decisões do Copom, o BNDES deve trabalhar para encontrar caminhos para a concessão de crédito.