Em uma onda de protestos que se estendeu por todo o país, milhares de mulheres sem teto protagonizaram manifestações intensas para denunciar “a face perversa do capitalismo no campo” e exigir políticas públicas que garantam dignidade às trabalhadoras rurais. As ações ocorreram em referência ao Dia Internacional da Mulher, reforçando a luta contra o agronegócio que agrava desigualdades, desrespeita direitos básicos e coloca em risco a soberania alimentar.
Além de marchas e ocupações em rodovias, as mulheres sem teto denunciaram as empresas responsáveis por “crimes ambientais devastadores”, como a poluição de rios e a contaminação de solos. Elas também chamaram a atenção para os impactos sociais negativos desse modelo de exploração, que afeta diretamente famílias agricultoras, comunidades indígenas e quilombolas. Nessas mobilizações, foram realizadas ocupações de áreas pertencentes a grandes companhias, atos políticos e vigílias em diversos estados.
“Não podemos esquecer a lama tóxica da Vale, que atravessou Mariana e Brumadinho”, afirmaram em carta-manifesto, destacando outros exemplos de danos socioambientais causados por mineradoras, corporações químicas e latifundiários. Em diferentes regiões, houve bloqueios de estradas em pontos estratégicos, distribuição de alimentos e a entrega de documentos de denúncia a órgãos públicos, como forma de pressionar as autoridades.
Uma série de encontros e formações promoveu debates sobre temas como soberania alimentar, impactos dos agrotóxicos e violências de gênero. Em vários estados, as manifestantes também realizaram mutirões de plantio de mudas e doações de alimentos, buscando fortalecer a solidariedade e colocar em prática seus princípios de respeito ao meio ambiente e de produção limpa.
Em ações que se espalharam por todos os biomas do país, especialmente nas regiões Nordeste, Sul e Amazônica, as mulheres levaram suas reivindicações para espaços como prefeituras, câmaras municipais, tribunais e órgãos federais. “Eles continuam com seu projeto de lucro e morte”, denunciaram, referindo-se aos impactos na saúde das comunidades e na destruição de suas moradias.
Ao final das mobilizações, as mulheres sem teto reafirmaram o compromisso de seguir na luta por justiça social, soberania alimentar e contra o atual modelo de desenvolvimento que “expropria corpos e territórios, envenena povos e terras, mercantiliza a natureza e aprofunda desigualdades.” Para elas, a união de camponesas, trabalhadoras urbanas e movimentos sociais é fundamental para “construir um futuro sem opressões e com dignidade para todas.”
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