O oligodendroglioma de grau 3 é um tipo raro e agressivo de tumor cerebral, considerado incurável. A britânica Abi Feltham, de 37 anos, recebeu o diagnóstico da doença após apresentar sintomas inicialmente atribuídos à abstinência de cafeína.
Acostumada a consumir até 12 xícaras de café por dia e a fumar regularmente, Abi decidiu parar abruptamente com ambos os hábitos. Pouco tempo depois, começou a sentir a visão turva, o que comprometia sua rotina. Diante da dificuldade de realizar atividades básicas, ela procurou um oftalmologista.
“Eu não estava preocupada. Então, o médico disse: ‘Vou chamar a equipe neurológica’. Foi aí que eu soube que era algo sério”, contou Abi ao jornal The Sun.
Diagnóstico do tumor cerebral
Durante a consulta, os especialistas identificaram um inchaço nos nervos ópticos, indicando uma pressão anormal no cérebro. Uma tomografia computadorizada revelou a presença de uma massa cerebral, levando Abi à sua primeira cirurgia para drenar um cisto que pressionava o órgão.
Embora a intervenção inicial tenha aliviado os sintomas, exames posteriores confirmaram que o cisto era, na verdade, um tumor maligno. A paciente precisou passar por uma segunda cirurgia para remover o máximo possível da massa sem comprometer sua mobilidade.
Vida após o diagnóstico: superação e conscientização
A biópsia confirmou o oligodendroglioma grau 3, com uma expectativa de vida média de 15 anos. Para Abi, a notícia foi um impulso para mudar de vida. Antes do diagnóstico, ela enfrentava o alcoolismo e, conforme revelou, chegava a misturar vodca no chá pela manhã.
Determinada a se recuperar, ela venceu o vício em abril de 2020. Atualmente, compartilha sua jornada no TikTok, onde acumula mais de 2,7 milhões de curtidas ao abordar temas como sobriedade, saúde mental e desafios da vida. “Houve um tempo em que não me importava se viveria ou morreria. Mas agora eu construí uma vida que vale a pena ser vivida. Então, vou vivê-la”, afirmou.
Defensora da pesquisa sobre tumores cerebrais
Agora, como embaixadora da Brain Tumor Research, Abi luta para ampliar a conscientização sobre tumores cerebrais e aumentar o investimento em pesquisas. “Apenas 1% do financiamento nacional para pesquisa do câncer vai para tumores cerebrais. Isso é inaceitável”, defende.
Com apenas dois ciclos de quimioterapia restantes, ela já planeja o próximo passo: escrever um livro que misture memórias e autoajuda para ajudar aqueles que enfrentam desafios como o vício, a depressão e doenças graves.
“Passei tanto tempo da minha vida fugindo de mim mesma, me afogando em ódio de mim mesma. E agora? O câncer me deixou grata, positiva e até mesmo feliz. Eu não recomendo ter câncer para mudar a mentalidade, mas definitivamente funcionou”, conclui a britânica.
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