A cerimônia de Gal Gadot na Calçada da Fama de Hollywood, realizada nesta terça-feira, foi marcada por protestos de manifestantes pró-Palestina, que interromperam o evento exibindo cartazes e entoando palavras de ordem.
Pouco antes do início da cerimônia, dezenas de manifestantes chegaram ao local. O grupo pró-Palestina segurava cartazes com frases como “Heróis lutam como palestinos”, “Viva, viva Palestina” e “’Sem Chão’ venceu o Oscar”, referência ao documentário que retrata a ocupação israelense.
Assim como aconteceu na estreia de “Branca de Neve”, no início da semana, a área da cerimônia foi isolada por tendas, impedindo a visibilidade do público na Hollywood Boulevard. No entanto, isso não impediu os manifestantes de fazerem barulho.
A multidão gritava frases como “Abaixo a ocupação” e “Nem mais um centavo, nem mais um tostão, sem dinheiro para o crime de Israel”.
Roma Ealaicos, que protestava do outro lado da rua, disse ao portal Variety que Gadot não usa sua influência para falar sobre a situação e preferia “enterrar a cabeça na areia”. “Ela tem acesso aos mesmos livros que nós lemos. Não há desculpa”, declarou.
A cerimônia começou com 15 minutos de atraso devido aos protestos, que continuaram ao longo do evento. Sem nunca ter feito um papel sério no cinema, Gal Gadot foi homenageada com a estrela num evento que contou com a diretora de “Mulher-Maravilha”, Patty Jenkins, o ator de “Velozes e Furiosos”, Vin Diesel, e a atriz israelense Shira Haas.
“Sou apenas uma garota de uma pequena cidade em Israel. Esta estrela me lembrará que, com muito trabalho, paixão e um pouco de fé, tudo é possível”, declarou Gadot no palco.
Ela agradeceu Vin Diesel, relembrando que ele apostou nela quando era uma completa desconhecida, convidando-a para o elenco de “Velozes e Furiosos”. “Foi meu primeiro filme e sua confiança em mim mudou completamente minha vida.”
Já para Patty Jenkins, Gadot disse que a diretora foi sua Mulher-Maravilha por trás das câmeras. “Trabalhar com você me ensinou a confiar em mim mesma e nos meus poderes como atriz. Só depois do nosso filme que comecei a me considerar uma atriz de verdade.”
Gal Gadot receiving her star on the Hollywood Walk of Fame. pic.twitter.com/dRwNNxJvym
— Pop Crave (@PopCrave) March 18, 2025
Gadot e o Apoio a Israel
Gal Gadot, que serviu no exército israelense, tem sido uma defensora fervorosa de Israel nas redes sociais. No último dia 4 de março, durante um evento da Liga Antidifamação, em Nova York, ela fez um discurso apaixonado: “Nunca imaginei que veríamos, nas ruas dos EUA e de várias partes do mundo, pessoas não apenas deixando de condenar o Hamas, mas celebrando, justificando e apoiando um massacre de judeus.”
“Quando pessoas foram sequestradas de suas casas, de suas camas – homens, mulheres, crianças, idosos, sobreviventes do Holocausto – e passaram por horrores inimagináveis, eu não podia me calar. Fiquei chocada com a quantidade de ódio, com o quanto as pessoas acham que sabem de algo quando, na verdade, não sabem nada. Além disso, a mídia muitas vezes não é justa. Então, eu precisei falar”, disse.
Gadot não é a única estrela da Disney que tem enfrentado protestos. No mês passado, manifestantes pró-Palestina organizaram um ato contra a estreia de “Capitão América: Admirável Mundo Novo”, que inclui a super-heroína israelense Sabra, interpretada pela atriz Shira Haas.
Os manifestantes seguravam cartazes com frases como “Sabra tem que sair”, “Disney apoia genocídio”, “Boicote Capitão América” e “Reze pela Princesa Jasmine”, além de entoarem cânticos como “Palestina livre”.
Pro-Palestinian protesters gather outside Gal Gadot’s Hollywood Walk of Fame ceremony. pic.twitter.com/uV9bO0mkt9
— Variety (@Variety) March 18, 2025