O presidente Nicolás Maduro buscou ajuda da Organização das Nações Unidas para tentar resgatar venezuelanos que estão detidos em El Salvador após serem deportados pelo governo dos Estados Unidos. Os contatos do líder chavista com autoridades da ONU aconteceram nos dias 26 e 28 de março.
Venezuelanos presos em El Salvador
- Um grupo de 238 venezuelanos está preso em El Salvador desde 16 de fevereiro, quando foram expulsos dos EUA e enviados para o país comandado por Nayib Bukele.
- De acordo com a Casa Branca, eles seriam integrantes de uma gangue venezuelana que atuava também no território norte-americano.
- O regime Maduro e familiares dos presos deportados dos EUA para El Salvador negam as acusações.
Em um comunicado, a chancelaria venezuelana afirmou que Maduro conversou com o secretário-geral da ONU, António Guterres, no último dia 26. Já nesta sexta-feira (28/3), o herdeiro político de Hugo Chávez telefonou para o alto comissário da ONU para os Direitos Humnos, Volker Türk.
“Em ambas as conversas, o presidente Maduro destacou a necessidade de que o sistema das Nações Unidas assuma um compromisso firme na garantia dos direitos das e dos venezuelanos migrantes, para garantir o cumprimento do direito internacional, especialmente aquele que protege as pessoas em condições de mobilidade”, disse um trecho da nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.
O objetivo da conversa entre o presidente venezuelano e autoridades da ONU é, segundo o comunicado, garantir a libertação imediata de 238 venezuelanos que estão detidos em prisões de El Salvador.
Expulsos dos EUA em 16 de março, os cidadãos da Venezuela são acusados pela administração de Donald Trump de serem integrantes da facção Tren de Aragua (TdA). O regime Maduro, assim como familiares dos presos, nega as acusações.
Eles foram deportados e enviados para El Salvador após o presidente Donald Trump invocar uma lei do século 18 que lhe deu mais poderes para deportar imigrantes dos EUA.
Para usar as unidades prisionais de El Salvador, o governo dos EUA revelou ter pagado uma taxa de US$ 6 bilhões para o governo de Nayib Bukele. No início de fevereiro, o presidente salvadorenho já havia mostrado interesse em “arrendar” as prisões do país para a administração norte-americana.