O filme “Kung Fu Yoga” será transmitido na Sessão da Tarde desta sexta-feira (28), na TV Globo. Lançado em 2017, o longa estrelado por Jackie Chan foi uma co-produção entre a China e a Índia, mas não agradou ao público de um desses países.
Após sua estreia, “Kung Fu Yoga” recebeu diversas críticas da mídia indiana, que acusou o filme de reforçar estereótipos sobre as pessoas do país.
A trama gira em torno de um arqueólogo chinês (Jackie Chan) que se junta a uma professora indiana (Disha Patani) em busca de um tesouro perdido, até que são interceptados por um grupo de mercenários.
O veículo indiano The Wire classificou o filme como uma “overdose de estereótipos culturais”. E a crítica prosseguiu dizendo que a equipe por trás do longa, incluindo o diretor Stanley Tong, “parecem o tipo de pessoa que vem para a Índia, paga por um ‘tour por favelas’, volta para seus países, dando tapinhas nas costas, alegando ter entendido um país inteiro. Ou o tipo que foi reprovado em estudos culturais na faculdade.”
Outro portal indiano, Mid-Day, disse que os elementos que retratam uma Índia exótica – “estrelando encantadores de serpentes e o truque da corda indiana” – seriam esperados em um filme do James Bond ou do Indiana Jones nos anos 80 ou 90. “Mas esta é uma produção conjunta indo-chinesa”, apontou a crítica.
“Tem muito Kung Fu. E a ioga? Não, sério. E a ioga?”, acrescenta a matéria do Mid-Day.
O veículo The Indian Express também comentou sobre os estereótipos indianos no filme: “O contingente indiano é composto por Sonu Sood interpretando um vilão com um olho no tesouro. E Dastur e Patani como mulheres bonitas que se vestem com peles ou ghagras ornamentados, dependendo se estão no Tibete ou no exótico Rajastão, com velhos fazendo truques de corda e sadhus levitando. Isso, em 2017. Não estou brincando.”
Na época, a produtora indiana envolvida no filme, Viacom18 Motion Pictures, chegou a abandonar o projeto, segundo uma reportagem do Wall Street Journal.
“Cancelamos porque não conseguimos chegar a um acordo sobre os termos”, informou a empresa ao jornal americano na época.