O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (17) que o Irã será responsabilizado e enfrentará consequências por quaisquer ataques dos rebeldes houthis no Iêmen, alinhados ao Irã.
“Cada tiro disparado pelos houthis será considerado, a partir deste momento, como um tiro disparado pelas armas e liderança do Irã, e o Irã vai ser responsabilizado e vai sofrer as consequências, e essas consequências serão graves!”, escreveu o republicano em sua rede social, a Truth Social.
A declaração ocorre após os EUA bombardearem as cidades de Sanaa, capital do Iêmen, Saada, no norte, e Rada’a, no centro do país do Oriente Médio. Segundo os houthis, ao menos 53 pessoas foram mortas e outras 98 ficaram feridas nos ataques, incluindo crianças e mulheres.
No dia seguinte, o assessor de Segurança Nacional americano, Michael Waltz, afirmou, em entrevista ao canal americano ABC News, que os bombardeios -primeira grande ação militar americana desde a volta de Donald Trump à Casa Branca, em janeiro– mataram vários líderes rebeldes na região.
Também no domingo (16), o secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse à CBS News que a ofensiva pode durar dias ou mesmo semanas -“até que os houthis não tenham mais capacidade de atacar o transporte marítimo global e a Marinha dos EUA”.
Desde novembro de 2023, dois meses após os atentados do Hamas no sul de Israel desencadearem a guerra na Faixa de Gaza, os houthis atacam embarcações no mar Vermelho em solidariedade aos palestinos. De acordo com o Pentágono, foram registrados 174 ataques contra navios militares americanos, e outros 145 contra embarcações comerciais desde então.
Diferentemente de outros aliados do Irã, como o próprio Hamas em Gaza, o Hezbollah no Líbano, os houthis permaneceram resilientes. O grupo foi responsável por afundar dois navios, sequestrar outro e matar pelo menos quatro marinheiros em ataques que causaram grandes impactos no transporte marítimo global, forçando empresas a redirecionar rotas, o que encareceu o processo.
Milhares de pessoas saíram às ruas do Iêmen nesta segunda para protestar contra os bombardeios americanos, segundo imagens da imprensa local. Em Sanaa, os manifestantes exibiram cartazes e fuzis de assalto aos gritos de “morte aos Estados Unidos, morte a Israel”, segundo imagens transmitidas pela rede de televisão Al Masirah, apoiada pelo Irã. Também foram registrados protestos em cidades como Saada, Dhamar e Hodeiday Amran.
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