A ministra da Transição Ecológica da Espanha afirmou neste domingo, 4, que serão necessários “muitos dias” para que se conheça a origem do grande apagão na península ibérica que paralisou o país na segunda-feira.
“Estamos falando de muitos dias”, disse Sara Aagesen em uma entrevista publicada neste domingo no jornal El País.“Todas as hipóteses estão abertas”, disse ela, inclusive a de um “ataque cibernético”.
Quanto ao papel que as energias renováveis poderiam ter desempenhado no apagão, a ministra admitiu a possibilidade de uma anomalia nas instalações fotovoltaicas no sudoeste da Espanha, conforme já mencionado pela operador da rede elétrica espanhola (REE).

Vista geral de Barcelona, parcialmente sem eletricidade, após um apagão em massa que afetou toda a Península Ibérica e o sul da França no dia 28 de abril de 2025 Foto: Josep LAGO / AFP
“Até o momento, não sabemos quais foram as instalações de geração que deixaram de estar no sistema”, afirmou Aagesen. “Falar sobre energia solar fotovoltaica pode ser precipitado, embora no mapa você possa ver as diferentes tecnologias de geração em cada área. E há uma grande quantidade de energia solar fotovoltaica no sudoeste da Espanha.”
A ministra também afirmou que “as energias renováveis não são inseguras em si” e que é “simplista” apontá-las como a origem do incidente.
Desequilíbrio
Após o grande apagão, vários especialistas apontaram o desequilíbrio entre a produção e a demanda de eletricidade como uma possível causa do incidente, o que é mais difícil de corrigir sem tecnologias adequadas em uma rede em que a energia eólica e solar são mais importantes.
“As energias renováveis estão dando à Espanha a possibilidade de alcançar uma independência energética muito importante em um mundo geopoliticamente vulnerável. Ter sua própria energia é fundamental”, disse a ministra.
A melhoria das interconexões com países vizinhos, como a França, também poderia contribuir para a estabilidade da rede, de acordo com especialistas.
Sobre isso, ela disse que, embora a França tenha “há muitos anos visto dificuldades do ponto de vista ambiental” nas interconexões que atravessam os Pirineus (na fronteira dos dois países), “insistimos que esse é um objetivo que vai além de dois países”./AFP